Congresso é a casa do povo, diz cacique sobre invasão de índios na Câmara
Para o cacique Ninawa, da etina Kaximawá de Curralinho (AC), as duas mais recentes manifestações na capital federal - a ocupação do plenário da Câmara dos Deputados e tentativa de entrada de mais 300 pessoas no Palácio do Planalto – não são vistas pelos grupos indígenas como “agressivas”. Na avaliação do líder indígena, há agressão na forma com que os direitos dos índios vêm sendo desrespeitados.
“Adentramos no Congresso Nacional, porque entendemos que é a Casa do povo (...). Nós ocupamos, mas neste movimento pacífico. Em nenhum momento, agredimos ninguém. O que estão sendo agredidos são os nossos direitos”, completou.
“Na verdade, nós não vemos [as manifestações] como agressividade. No nosso movimento, temos pessoas idosas, temos crianças, temos mulheres. Nós saímos da nossa comunidade para trazer nossa pauta de reivindicação, para mostrar a sociedade o que está acontecendo. Não é posto da forma correta o que se vive dentro das comunidades hoje”, afirmou o cacique.
Ninawa Kaximawá destacou que a principal reivindicação é demarcação das terras. Segundo ele, mesmo as demarcadas, sofrem as ações de madeireiros, seringueiros e proprietários rurais.
O cacique conta ainda que por falta de assistência médica e de recursos em sua aldeia 22 crianças morreram entre 2011 e 2012 por diarreia aguda.
“Nós fomos ouvidos por alguns deputados federais (...) solicitamos que seja devolvido o nosso território que vem sido roubado nos últimos 513 anos. A saúde, a educação, a segurança alimentar tudo isso está atrelado a um único tema que é a demarcação dos territórios”, concluiu.
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