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Lula nega candidatura e diz que Dilma será reeleita presidente

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

13/08/2013 21h00Atualizada em 13/08/2013 23h04

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (13) que acredita que a atual mandatária será reeleita nas eleições de outubro de 2014. Ele negou que possa ser candidato no ano que vem.

"Ela é uma presidenta extraordinária. Ela vai ser reeleita presidenta do Brasil", afirmou, em evento de lançamento da candidatura de Rui Falcão à presidência do PT.

Sobre as últimas pesquisas de opinião sobre o cenário das eleições ed 2014, Lula disse que não está preocupado. "Não estou preocupado com pesquisa porque falta muito [para as eleições]", declarou.

De acordo com o instituto Datafolha, Lula seria o único dos possíveis candidatos a vencer as eleições de 2014 ainda no primeiro turno. A presidente Dilma, apesar de ter recuperado alguns pontos na pesquisa, teria que disputar um segundo turno.

Dos sete cenários testados pelo Datafolha, o que é considerado hoje o mais provável inclui Dilma, a ex-senadora Marina Silva (Rede), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Nessa simulação, a petista tem 35% das intenções de voto, contra 30% no levantamento do final de junho.

“Eu não sou candidato. Eu já fiz o que eu tinha de fazer. Agora é hora da Dilma fazer”, completou Lula.

Lula negou que avalie como “traição ao PT”, uma possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que é aliado do governo Dilma.

“Eduardo Campos não me deve nenhum favor. Eu sou companheiro do Eduardo Campos e tenho certeza de que ele é meu companheiro. Ele tem maioridade, tem um partido político; portanto não se trata de alguém trair alguém, ou seja, se o Eduardo Campos quiser ser candidato, ele vai ter o meu respeito”, afirmou Lula.

Questionado pelos jornalistas sobre a retomada do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente se absteve de comentar. "Não comentei a primeira e não vou comentar a segunda fase."

O principal concorrente de Falcão, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), compareceu ao evento e, afirmou que, independentemente de quem vencer a disputa interna, eles pretendem buscar a unidade do partido.

“O Rui foi ao meu lançamento e a minha presença aqui é para sinalizar que vamos fazer um debate de alto nível e construir a unidade do nosso partido”, afirmou Teixeira. 

Orgulho petista

Presidente de honra da legenda, Lula assumiu que sente “saudade” quando vê um microfone, mas “não precisa de cargo” para servir o partido – mais uma vez em referência aos pedidos dos petistas para que ele se candidate a presidente da República novamente. 

Em seu discurso durante o evento, Lula voltou a instigar os filiados do PT a valorizar a história do partido no comando do governo federal nos últimos 10 anos e criticar a oposição e a imprensa.

“A imprensa passa 24 horas por dia esculhambando com o político e fico puto que os políticos não reagem. Fico puto porque ficam tão quietos. Eles ficam xingando a classe politica”, declarou. 

Na avaliação dele, as críticas ao partido são “o preço de ser o maior partido de esquerda da América Latina”.

“Nós podemos não ter feito tudo. Mas fizemos mais que todos eles juntos, [isso] nós fizemos”, afirmou. “Depois de massacrarem, tentarem destruir a gente (...), o partido que tem mais credibilidade na sociedade brasileira é o PT”, completou.

“Ele cometem um erro infantil de quem não conhece o PT e o Brasil [se referindo aos críticos em geral da legenda]. Eles criticam o Lula pensando que vão destruir o PT. Eles criticam a Dilma pensando que vão destruir o PT (...) sem se dar conta que o PT é muito mais. O PT é um desejo da sociedade brasileira em mudar a história deste país”.