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Deputado deve apresentar hoje voto sobre relação de Leréia com Cachoeira

O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) em depoimento à CPI do Cachoeira - Alexandra Martins/Agência Câmara
O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) em depoimento à CPI do Cachoeira Imagem: Alexandra Martins/Agência Câmara

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

21/08/2013 13h15

O deputado Ronaldo Benedet (PMDB-SC) deve apresentar na tarde desta quarta-feira (21) o seu voto em relação ao caso do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), acusado de quebra de decoro por supostamente beneficiar o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em atividades ilegais.

Ele é o relator do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.

Em sua defesa, Leréia já teve duas oportunidades de falar aos parlamentares em audiências no Congresso, além da apresentação da defesa por escrito.

A primeira vez foi em outubro do ano passado durante a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investigava a relação de Cachoeira com políticos e empresários. A segunda vez ocorreu há duas semanas no próprio Conselho de Ética.

Nas duas ocasiões, o parlamentar confirmou a amizade com Cachoeira, mas negou tenha cometido qualquer irregularidade e que soubesse que o amigo estava envolvido na exploração de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal.

No depoimento mais recente, Leréia afirmou que usou o cartão de crédito de Cachoeira para comprar jogos eletrônicos e que recebeu dele diversos empréstimos para honrar seus “compromissos financeiros”.

“Recorri a um amigo que sabia que tinha dinheiro, e ele emprestou porque sabia que eu tenho palavra e honraria os pagamentos”, disse na ocasião.

A representação contra Leréia foi encaminhada pela Mesa Diretora da Câmara ao Conselho de Ética por apostar no envolvimento dele com Cachoeira.

A reclamação à Mesa Diretora pelo comportamento do deputado foi feita pelos deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ) ainda no ano passado.

Apenas em abril deste ano, foi instaurado um processo no Conselho para tratar do assunto. A indicação do relator do caso foi feita por meio de indicação do presidente do Conselho, o deputado Ricardo Izar Junior (PSD-SP).

Diferentemente de como é feito na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania da Câmara, o voto do relator é mantido em sigilo até que seja feita a leitura oficial durante a reunião do Conselho de Ética.

Procurado pelo UOL, o deputado Ronaldo Benedet não quis antecipar se votará pela perda de mandato ou não de Leréia.

“Estou aqui cumprindo o meu dever, cumprindo todos os prazos, fazendo tudo da forma mais correta e transparente possível. Eu não conhecia o deputado, o conheci no dia do depoimento [7 de agosto]. Não fiz questão, não queria, mas me indicaram e tenho que fazer. Essa é uma das piores obrigações de um deputado: avaliar um colega, mas tenho de cumprir e não posso adiantar meu voto”, afirmou ao UOL.

Segundo a secretaria do Conselho, para que o voto seja lido é necessário a presença mínima na sessão de 11 dos 21 deputados que compõem o conselho. A votação é nominal e por maioria absoluta.  Se voto de Benedet for pela cassação e for aprovado, o caso deverá ser votado novamente em sessão plenária da Câmara pela totalidade dos deputados.