Comissão do Senado aprova pagamento obrigatório de emendas; texto vai ao plenário
A CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado aprovou nesta quarta-feira (30) a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que obriga o pagamento de emendas parlamentares, o chamado Orçamento impositivo.
Foram aprovadas emendas à PEC e o texto segue agora para votação em primeiro turno no plenário do Senado, o que deve ocorrer na próxima semana. Por se tratar de PEC, é necessária a votação em dois turnos em cada uma das casas. Em agosto, o texto já havia sido aprovado em dois turnos na Câmara.
A comissão aprovou parecer do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) sobre as nove emendas apresentadas à matéria em plenário, com o voto contrário do senador Pedro Taques (PDT-MT).
Braga acolheu duas dessas emendas, sendo uma de autoria do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e outra do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). A emenda formulada pelo peemedebista, segundo explicou o relator, foi objeto de um amplo entendimento com líderes partidários do Senado e da Câmara dos Deputados, intermediado pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
De acordo com Braga, a emenda de Eunício promove três alterações no substitutivo à PEC 22A/2000, aprovado pela CCJ em outubro passado. Além de ampliar o limite de aprovação e execução obrigatória das emendas parlamentares de 1% para 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) da União, retira a referência a "caso fortuito" e "força maior" do rol de impedimentos técnicos à execução das emendas parlamentares e vincula ao art. 166 da Constituição Federal, e não mais ao art. 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), os dispositivos reunidos no substitutivo.
"Esta proposta [emenda de Eunício] amplia o percentual de emendas cuja execução financeira e orçamentária será obrigatória, além de, por conseguinte, ampliar a parcela de investimentos destinados a ações e serviços de saúde (de 0,5% para 0,6%). Ademais, resolve definitivamente a questão das regras sobre o procedimento a ser adotado em caso de inexecução das emendas em virtude de impedimentos técnicos – que passará a integrar o texto constitucional, em vez de ser matéria remetida a uma lei complementar futura", esclareceu Braga no parecer.
Quanto à emenda de Valadares, foi acatada integralmente como subemenda do relator. Ela exclui a exigência de adimplência de estados, do Distrito Federal e de municípios na hipótese de serem destinatários de transferência obrigatória da União para execução de emendas parlamentares. Estabelece ainda que este repasse não integrará a base de cálculo da RCL para fins de aplicação dos limites de despesa com pessoal ativo e inativo fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
As demais emendas de Plenário à PEC 22A/2000 foram rejeitadas por Braga. Depois de aprovado em primeiro turno no Plenário, o substitutivo da CCJ - reformulado nesta quarta-feira (30) - será submetido a mais três sessões de discussão e a votação em segundo turno. Nesta última etapa de tramitação não cabe mais a apresentação de emendas.
Acordo
A votação da matéria resultou de acordo entre o governo e lideranças do Senado e da Câmara, anunciado após reunião na noite de terça-feira (29) entre a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), relator das emendas na CCJ.
O acordo para aprovação do Orçamento Impositivo inclui a destinação de, no mínimo, 50% das emendas para a saúde. Além de destinação obrigatória de 15% da receita corrente líquida para a mesma área. (Com Agência Senado)
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