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Quatro ministros tomam posse e Dilma diz que mudanças são inevitáveis na democracia

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

03/02/2014 11h31Atualizada em 03/02/2014 13h01

A presidente Dilma Rousseff deu posse nesta segunda-feira (3) a quatro ministros: três são novos e um foi remanejado. Aloizio Mercadante deixou o Ministério da Educação e assumiu a Casa Civil, onde substituiu Gleisi Hoffmann. "As mudanças que fazemos hoje fazem parte da democracia e não alteram nossa linha de atuação", disse a presidente na solenidade. 

"As mudanças nos ministérios são, na democracia, inevitáveis", completou. Dilma afirmou ainda que suas mudanças ministeriais ainda não acabaram. "Ao longo deste mês, outros ministros irão ser substituídos."

Os novos ministros são Thomas Traumann (que substitui Helena Chagas na Secretaria de Comunicação), Arthur Chioro (entra no lugar de Alexandre Padilha na Saúde) e José Henrique Paim (que entrará na vaga de Mercadante no MEC).

Esta é a primeira etapa da reforma ministerial que a presidente deve promover até o final do mês. Dilma ainda precisa acomodar partidos aliados, como o recém-criado Pros, em uma das 39 pastas.

Em discurso, Dilma afirmou que cumpriu metas de seu governo. “Chegamos ao quarto ano de mandato seguindo as diretrizes que prometemos durante a campanha de 2010”.

Os novos ministros não discursaram nem falaram com a imprensa.

Ex-ministros serão candidatos

Mercadante, 59, assume como novo ministro-chefe da Casa Civil, cargo em que atuará como braço-direito da presidente. Mercadante vai substituir Gleisi, que deixa o cargo para se dedicar à sua provável campanha eleitoral pelo PT ao governo do Paraná.

Padilha também deixa a Saúde para se dedicar à campanha pelo governo de São Paulo.

"Desejo um bom trabalho ao ministro Mercadante que na chefia da Casa Civil precisará de todo seu talento, que sabemos que ele é possuidor, para coordenar as políticas do governo e cumprir as múltiplas atribuições de uma pasta tão estratégica para o governo do país", disse a presidente durante o discurso.

Petista histórico, Mercadante começou o governo no comando do Ministério da Ciência e Tecnologia em 2011, após perder para Geraldo Alckmin (PSDB) a disputa pelo governo de São Paulo em 2010. Assumiu o comando do MEC no início de 2012, com a saída de Fernando Haddad (PT), que deixou a pasta para disputar a Prefeitura de São Paulo.

Mercadante deve acumular a função de articulador político com o Congresso neste ano de eleições. Seu papel, além de comandar as decisões técnicas e administrativas da Casa Civil, é também assumir parte da articulação institucional com os partidos aliados.

À frente do MEC, Mercadante ganhou confiança da presidente e pré-candidata à reeleição Dilma. Ele já participava das principais reuniões de articulação do governo e vai abrir o ano legislativo no Congresso na tarde desta segunda-feira.

Saúde

O novo ministro da Saúde, Arthur Chioro, substitui Padilha na Saúde, pasta estratégica para Dilma devido ao programa Mais Médicos.

"Desejo ao Chioro muito sucesso. Nossa população merece saúde de qualidade, e é nossa missão dar mais passos, mais médicos, mais equipamentos, mais infraestrutura, eu sei que são muito mais, nós devemos continuar enfrentando todos esses mais", defendeu Dilma na cerimônia.

Chioro é médico e era secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP).

O novo ministro começou a carreira no serviço público como secretário municipal de Saúde de São Vicente (SP). Ele também comandou o Departamento de Atenção Especializada do Ministério da Saúde entre 2003 e 2005, e ajudou a implantar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

Até ser indicado para assumir o ministério, Chioro era sócio de uma consultoria da área de saúde que presta serviços a prefeituras de municípios paulistas. E conciliava esses serviços com o cargo em São Bernardo do Campo.

O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito civil que apura se ele infringiu a Lei Orgânica do município, que proíbe secretários de manterem sociedade em empresas que tenham contratos com órgãos do governo.

Questionado sobre o assunto, Chioro afirmou, em entrevista à imprensa, que não cometeu nenhuma irregularidade e que estava afastado da administração da empresa desde 2009. Suas ações na empresa atualmente estão em nome de sua mulher.

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