Presidente do PSDB de Minas diz que Azeredo é 'simples, honrado e honesto'
O presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado federal Marcus Pestana (MG), discursou no plenário da Câmara em defesa do tucano Eduardo Azeredo, que renunciou ao mandato nesta quarta-feira (19).
Azeredo é réu de uma ação penal do STF (Supremo Tribunal Federal) por suposto envolvimento no mensalão mineiro, esquema de desvio de recursos públicos que teriam sido utilizados durante a sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998.
Para Pestana, Azeredo é inocente e íntegro. “Eu confio na sua inocência”, disse. “É um homem simples, honrado e honesto.”
O deputado negou haja semelhanças entre o mensalão petista e o tucano. “O Azeredo não estava envolvido. É um homem de bem. Se de fato o esquema aconteceu, ele não pode ser responsabilizado por ele”, defendeu o tucano.
Presidente do PSDB em Minas defende Azeredo
“Não houve mensalão em Minas, não houve compra de apoio parlamentar. São fatos que se referem ao financiamento da eleição de 1998”, disse.
Em discurso, o deputado disse que decisão de Azeredo de renunciar ao mandato parlamentar é um “ato de respeito” ao Congresso. E afirmou que foi forma que o tucano escolheu para se dedicar totalmente a sua defesa. Ele também afirmou que PSDB espera a decisão da Justiça e vai respeitá-la.
“A ação judicial está em boas mãos, e a defesa está confiante absolvição”, disse Pestana.
Também fez uma referência ao PT e as reações dos condenados pelo mensalão petista. “Não esperem atitudes agressivas, punhos cerrados ao ar, gestos de confronto com o Poder Judiciário”, afirmou Pestana.
Após o discurso, deputados do PSDB, DEM, Pros agradeceram o discurso de Pestana e fizeram homenagens a Azeredo, além de afirmarem que ele é inocente.
O líder do PT, deputado Vicentinho (SP), disse que “não deseja ao deputado Eduardo Azeredo o mesmo tratamento dado pelo Supremo Tribunal Federal aos réus da Ação Penal 470 ". "O STF tem de agir com lisura, sem ódio”, disse.
Renúncia
Na carta de renúncia, o parlamentar diz que não concorda com as acusações do processo de crimes de peculato e lavagem de dinheiro e critica o STF (Supremo Tribunal Federal) e a Procuradoria geral da República. Azeredo diz ainda que uma "tragédia desabou" sobre ele sobre sua família.
No último dia 7, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a condenação de Azeredo a 22 anos de prisão. Ele teria desviado recursos do Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais), extinto, e das estatais mineiras Copasa e Cemig para sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998.
Em valores atuais, seriam cerca de R$ 9 milhões.
Aliados do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é pré-candidato tucano à Presidência da República, faziam pressão nos bastidores para que o caso do mensalão mineiro não atrapalhasse a campanha.
Ao ser questionado sobre a renúncia, Aécio negou nesta quarta que o partido tenha feito pressão para que Azeredo renunciasse. "Que eu saiba não, nenhuma [pressão]", disse Aécio. "
A decisão é de foro íntimo, que tem de ser respeitada. Ele vai se dedicar agora à sua defesa. Eduardo é conhecido e reconhecido em Minas Gerais como um homem de bem", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de Azeredo não renunciar se isto atrapalharia o cenário político e sua candidatura à Presidência da República, Aécio desconversou: "Não vejo nenhuma interferência."
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