Cabral adia saída do governo do Rio por mais um mês
Do UOL, no Rio
26/02/2014 12h37
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), adiou a sua saída do governo do Estado por mais um mês. Segundo a assessoria de imprensa do peemedebista, ele entregará o cargo ao vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) no dia 3 de abril.
Em janeiro, na esteira da decisão do PT --que se retirou da gestão estadual em face da pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Rio--, Cabral havia anunciado que a renúncia aconteceria no dia 28 de fevereiro. O motivo do adiamento não foi informado pelo chefe do Executivo.
Veja também
Essa é a terceira vez que Cabral anuncia uma data diferente para deixar o cargo que ele ocupa desde 2006, quando foi eleito para o seu primeiro mandato. Inicialmente, projetava renunciar no dia 31 de março, conforme o mesmo afirmou em dezembro do ano passado, durante a inauguração da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Complexo Lins, na zona norte do Rio.
O governador, cujo futuro político ainda é incerto, pode disputar o Senado. A prioridade do PMDB é eleger Pezão sucessor de Cabral.
"Cabralhada"
Confiantes de que Cabral sairia do governo no dia 28 de fevereiro, manifestantes marcaram um ato para esta quinta-feira (27) com o intuito de comemorar, em clima de Carnaval, a renúncia do peemedebista. Eles fizeram paródias de marchinhas tradicionais para o protesto que está sendo chamado de "Cabralhada".
O ato com cara de bloco de rua é organizado por um movimento conhecido como "Ocupa Carnaval", e panfletos estão sendo distribuídos com uma relação de 14 marchinhas tradicionais que serão parodiadas durante a atividade.
No Facebook, os organizadores convocam os usuários da rede social a se fantasiarem com trajes indígenas. "Os índios vão expulsar o Cabral!", diz a página. Por meio de sua assessoria de imprensa, o governo do Estado informou que não iria comentar o assunto.
Entre as marchinhas parodiadas estão as tradicionais "Mamãe eu quero", de Vicente Paiva e Jararaca (1937), "Allah-La Ô", de Haroldo Lobo e Nássara (1941), "Touradas em Madri", de Braguinha, consagrada na Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, quando a seleção brasileira goleou por 6 a 1 a Espanha, entre outras.
A marcha-rancho "Máscara Negra", de Zé Keti e Pereira Mattos (1967), por exemplo, ganhou uma nova versão: "Quanto tiro! Oh! Quanta polícia! / A tropa de choque em ação / Ditador de helicóptero e no meio da cidade / Um monte de caveirão".