Advogados são presos por tentativa de extorsão contra políticos
Dois advogados foram presos e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira (1º) durante operação para desbaratar quadrilha suspeita de estelionato e extorsão contra políticos, na região metropolitana de Campinas (93 km de São Paulo).
A ação foi realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial ao Combate Organizado), do Ministério Público Estadual, em conjunto com a Corregedoria da Polícia Civil e o Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia, da PM (Polícia Militar). Segundo a Promotoria, a investigação está protegida por segredo de Justiça.
Segundo o UOL apurou, o grupo é investigado por tentativa de extorsão contra políticos da região. Entre as vítimas estariam secretários de Monte Mor (117 km de São Paulo) e o prefeito de Jaguariúna (123 km de São Paulo), Tarcísio Chiavegatto (PTB).
As investigações tiveram início em setembro do ano passado, quando dois secretários de Monte Mor procuraram um promotor do Gaeco para denunciar a tentativa de extorsão e estelionato.
Segundo o secretário de Segurança Pública de Monte Mor, Adelício Paranhos, um dos denunciantes, em setembro de 2013, o advogado Fabiano Panattoni, de Campinas, procurou o prefeito da cidade, Thiago Assis (PMDB), para dizer que tinha informações de que alguns de seus secretários estariam sendo investigados pela Promotoria por corrupção.
De acordo com Paranhos, o advogado teria afirmado que teria como dar fim às supostas denúncias por ser marido de uma promotora do Gaeco, mas precisaria receber R$ 130 mil em honorários.
O prefeito procurou os secretários para pedir explicação e os orientou a procurar o Gaeco imediatamente para denunciar o golpe.
Sob orientação dos promotores, os secretários foram até o escritório do advogado e conseguiram provar a suposta tentativa de extorsão por meio de gravações.
“O advogado foi muito incisivo. Ele chegou a apresentar um calhamaço de documentos que supostamente estariam assinados por promotores que investigavam crimes de corrupção. No documento falso, havia denúncias de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação e outros. Além disso, ele afirmou que já havia ajudado várias prefeituras do interior do Estado a se livrar dos inquéritos. Isso tudo está gravado e em posso do Gaeco”, disse Paranhos.
Em nota, a Prefeitura de Monte Mor informou que além de Paranhos, o secretário de Assuntos Metropolitanos e Relações Institucionais, Miguel Padilha, foram vítimas da tentativa de extorsão.
“Quando o fato foi levado ao conhecimento do prefeito Thiago Assis, na certeza da idoneidade da sua Administração, imediatamente determinou que os secretários tomassem as medidas necessárias para que os fatos fossem denunciados ao Ministério Público para apuração”, disse a nota.
Já a prefeitura de Jaguariúna limitou-se a confirmar, em nota, que o prefeito foi vitima de tentativa de extorsão e que “todas as informações foram prestadas ao Ministério Público (Gaeco)”.
Por correr em segredo de Justiça, a Promotoria não confirma que as prisões estejam ligadas as investigações, mas um dos presos é o advogado citado pelos políticos.
Segundo o MP, os advogados foram presos em flagrante por receptação e porte ilegal de munição.
Um deles é Panattoni, que foi procurado pela reportagem, mas como é um dos presos na operação, está no prédio da Corregedoria da Polícia Civil e não pôde comentar o caso.
A promotora Maria Cristina Panattoni, mulher dele, não foi encontrada na promotoria para falar sobre o assunto.
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