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Governo do Rio autoriza entrada das tropas do Exército na Maré

Henrique Coelho

Do UOL, no Rio

04/04/2014 12h44Atualizada em 04/04/2014 13h10

O governo do Estado do Rio de Janeiro autorizou a entrada das tropas do Exército no Complexo da Maré, na zona norte da cidade, nesta sexta-feira (4). As 15 comunidades foram ocupadas pelas forças policiais do Estado --polícias Civil e Militar-- no último domingo (30 de março).

Na solenidade de transmissão do cargo de governador, nesta sexta-feira (4), no Palácio Guanabara, residência oficial do Executivo, Pezão lembrou da ocupação das tropas do Exército no processo de instalação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, também na zona norte.

De acordo com o governo, a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que formalizará a concessão de poder de polícia aos militares será assinado na manhã deste sábado (5), às 11h. No entanto, o documento é mera formalidade. O Exército deve começar a operação para ocupar a região nas primeiras horas de sábado.

O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que renunciou ao cargo para dar lugar ao vice --Pezão será o candidato do PMDB na eleição para governador do Rio, em outubro--, não poupou elogios ao fiel escudeiro. Cabral chegou a afirmar que Pezão era "tudo de bom".

"Antes de assumirmos, os marginais atacaram a população e várias comunidades, como um aviso ao nosso governo. E não recuamos. Enfrentamos o poder paralelo, libertamos várias comunidades, e ainda criamos presídios de segurança máxima. (...) Pezão ajudou em tudo isso", disse Cabral.

"Foi muita transpiração, e temos credibilidade depois de sete anos. (...) aprendi muito com esse irmão que a vida me deu", respondeu Pezão, que definiu Cabral como "insubstituível".

Pezão empossado

O Rio de Janeiro possui um novo governador. Luiz Fernando Pezão (PMDB), que era vice de Sérgio Cabral (PMDB), assumiu o cargo na manhã desta sexta-feira (4), com compromisso firmado até o dia 31 de dezembro de 2014. Em seu discurso, o novo chefe do Executivo afirmou que Cabral --que deixa o cargo para disputar uma vaga no Senado-- virou um "irmão", e o chamou de "insubstituível".

"Amanheci na residência dele em 90% dos dias do governo dele. Ele botou o Rio de novo no mapa, com a ajuda de Lula e Dilma. Ninguém pode negar o que fizemos.", disse Pezão. O governador afirmou que o seu primeiro ato será tentar reabrir o Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia, no centro da capital fluminense, em parceria com a prefeitura. "É inadmissível, em um Estado que as pessoas por vezes passam necessidades, que o centro da capital tenha 600 leitos ociosos", declarou.

A cerimônia de passagem do cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro para Luiz Fernando Pezão começou após meia hora de atraso na sede da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), no centro da cidade. O esquema de trânsito montado em frente à Alerj acabou causando lentidão até o Aterro do Flamengo.

Entre os presentes, estavam o arcebispo do Rio, cardeal Dom Orani Tempesta, o procurador-geral do Estado, Marfan Martins Vieira, a presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Leila Mariano, além de outras autoridades. Paulo Mello, presidente da Alerj, disse não esconder a satisfação de empossar Pezão: "Que você tenha sabedoria para continuar um governo de grandes responsabilidades".