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Após xingamentos, Dilma diz que nem tortura a tirou do rumo

Do UOL, em Brasília

13/06/2014 12h10Atualizada em 26/06/2014 14h40

Um dia após ter sido hostilizada na abertura da Copa do Mundo em São Paulo, a presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (13), em discurso em Brasília, que não vai se “perturbar com agressões verbais” nem se “atemorizar com xingamentos que não podem sequer ser escutados pelas crianças e pelas famílias”. Ela disse ainda que nem a tortura a tirou "de seu rumo".

No jogo de ontem do Brasil X Croácia, torcedores entoaram xingamentos à presidente em quatro momentos. Em um deles, podia se ouvir: “Ei, Dilma, vai tomar no c...”.

“Quero dizer para vocês que não vou me deixar perturbar por agressões verbais, (...) não vou me deixar atemorizar com xingamentos que não podem sequer ser escutados pelas crianças e pelas famílias”, afirmou ao participar da cerimônia de inauguração de parte de um corredor expresso de ônibus no Distrito Federal.

A petista lembrou ainda da época em que foi presa política durante a ditadura militar e afirmou que nem tortura física a que foi submetida a tirou do seu rumo.

“Aliás, na minha vida pessoal, quero lembrar que enfrentei situações do mais alto grau de dificuldade, situações que chegaram ao limite físico, eu suportei agressões físicas, suportei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do meu rumo, dos meus compromissos, nem do caminho que tracei para mim mesma”, disse.

E continuou a sua defesa, afirmando que sabe que “o povo brasileiro não pensa assim” por ser “civilizado”.

“Eu sei uma verdade, tenho consciência dela, porque eu conheço o caráter do povo brasileiro, o povo brasileiro não pensa assim, não age assim, não sente da forma como esses xingamentos expressam. (...) O povo brasileiro é um povo civilizado.”

Em seu discurso, Dilma rebateu também as críticas sobre os atrasos nas obras da Copa do Mundo e disse que “a Copa é um momento de afirmação do Brasil” e que “ontem demonstramos que conseguimos superar todos os obstáculos para realizar a Copa”.

“Teve uma porção de gente dizendo, teve uma revista dizendo que o estádio [em Brasília] só ficará pronto em 2021. (...) Teve gente que azarou de tudo quanto é jeito a nossa Copa do Mundo, disse que os aeroportos não ficariam pontos, [mas] estão aí. Superamos todos os desafios. (...) Demos a volta por cima.”