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CPI mista da Petrobras aprova quebras de sigilo de Youssef e Costa

O ex-diretor administrativo da Petrobras Paulo Roberto da Costa depõe na CPI da Petrobras no Senado - Pedro Ladeira - 10.jun.2014/Folhapress
O ex-diretor administrativo da Petrobras Paulo Roberto da Costa depõe na CPI da Petrobras no Senado Imagem: Pedro Ladeira - 10.jun.2014/Folhapress

Do UOL, em Brasília

16/07/2014 16h23

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista da Petrobras aprovou nesta quarta-feira (16), por 16 votos, as quebras dos sigilos bancário, telefônico, fiscal e telemático (email) do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ambos foram presos pela Polícia Federal nas investigações da Operação Lava Jato. 

Também foram aprovados, em votação simbólica, 54 requerimentos para convocação, entre outros, do juiz Sérgio Moro, do Paraná, responsável pelo processo da Lava Jato; e de parentes de Paulo Roberto Costa, suspeito de desviar cerca de R$ 10 bilhões.

A reunião foi encerrada após as aprovações. A próxima será na quarta-feira (23) da semana que vem, para ouvir o ex-diretor da área Internacional da empresa Nestor Cerveró.

Das cinco últimas reuniões administrativas da CPI, essa foi a primeira que atingiu o quórum mínimo de 17 parlamentares para votar os 396 requerimentos em pauta. Há cinco semanas, a comissão tentava analisar esses itens, mas sem sucesso.

“Se fôssemos na linha de aprovar todos os requerimentos que tratam da Petrobras, abriríamos a investigação de tal forma que seria impossível trabalhar”, disse o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), justificando a aprovação de apenas uma parte dos pedidos.

A estratégia de votação foi acertada em meia hora de reunião a portas fechadas entre o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o relator e os líderes partidários antes do início dos trabalhos. Os parlamentares chegaram a um consenso para votar uma pauta proposta por Maia.

Outros 342 requerimentos ficaram para ser analisados posteriormente. Alguns parlamentares quiseram votar outros textos, mas acabaram voltando atrás. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) tinha pedido a inclusão de novos requerimentos, mas aceitou votar em outra reunião.

Ponta do iceberg

O deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) criticou a não inclusão da convocação de outros dirigentes da estatal na lista do relator. “Youssef é uma pontinha do iceberg. Se vamos resolver só com o Youssef, e os doleiros e as mulheres do Youssef, isso não vai resolver”, reclamou. Segundo ele, ir atrás do doleiro e suas ligações é buscar apenas as consequências dos desvios de recursos na Petrobras.

Para o líder do PT no Senado, senador Humberto Costa (PE), não devem ser aprovados requerimentos além do estabelecido no acordo. “O ideal é que pudéssemos ser fieis ao que definimos na reunião. Isso faz com que a gente possa avançar.” (Com informações da Agência Câmara)