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Não represento 'sindicato dos deputados', diz Chico Alencar sobre concorrentes

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

29/01/2015 06h00

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), candidato à presidência da Câmara, fez duras críticas aos seus adversários ao lançar seu nome para a disputa do principal cargo da Casa. Para ele, os outros candidatos -- Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) --apresentam propostas que só focam na melhoria da carreira dos deputados e não ajudam a população.

"Não sou candidato a ser presidente do 'sindicato dos deputados', mas da presidência da Câmara. Em vez de construir mais um anexo de gabinetes, quero construir pontes e ampliar o diálogo com a sociedade”, disse Alencar.

A declaração é uma crítica direta aos dois principais concorrentes da disputa, Cunha e Chinaglia, que prometem em sua campanha a construção de um edifício anexo à Câmara para abrigar mais gabinetes dos deputados.

O deputado do nanico PSOL – o partido elegeu cinco parlamentares para a próxima legislatura – admite que sua candidatura é apenas para marcar posição. O parlamentar participou das disputas de 2013 e de 2011 e obteve 11 e 16 votos, respectivamente.

“Avaliamos que era importante colocar uma candidatura alternativa, que tivesse absoluta independência em relação aos poderes executivos, que pudesse olhar a crise da representação e a degradação dos partidos. É uma campanha de demarcação de posições”, disse Alencar.

O deputado também não quis afirmar se o partido vai apoiar algum outro candidato em um eventual segundo turno.

Alencar também levantou a suspeita sobre uma possível fraude na votação para presidente. “O PSOL é a favor do voto aberto para todas as situações. Mas como isso ainda não é possível, eu acho que a gente deve cumprir à risca e fazer como sistema eleitoral geral. Fazer com que seja proibido usar celular na cabine de votação. Já existe um ‘zum zum’ aí de que pode ser que cobrem a fidelidade do voto fotografando com o celular.Isso aí seria absurdo.”

Ao apresentar suas propostas, o deputado do PSOL voltou a fazer críticas aos oponentes. Para Alencar, a Câmara precisa evitar desperdícios e desenvolver políticas de austeridade.

“Precisa definir uma regra definitiva para o reajuste dos parlamentares a cada quatro anos para a legislatura seguinte que jamais supere o índice de inflação do período e também não ultrapasse a média do que foi concedido ao funcionalismo público. [...] É necessário ter mais austeridade numa série de gastos, por exemplo, reduzir a cota de combustível, reduzir papel”, afirmou.