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Oposição diz já ter assinaturas suficientes para nova CPI da Petrobras

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

04/02/2015 11h46Atualizada em 04/02/2015 16h51

Os partidos de oposição já conseguiram a assinatura de 182 deputados federais para que seja instaurada uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras. São onze a mais do que o necessário para que uma comissão do gênero seja criada na Câmara. O pedido de criação da comissão já foi protocolado na Câmara.

A informação foi repassada pelo líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), durante entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (4), em Brasília. O requerimento deverá ser encaminhado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai decidir se acolhe o pedido nos próximos dias.

A nova CPI da Petrobras, se instalada, vai investigar desvios de recursos públicos na Petrobras e suas subsidiárias no período que vai de 2005 e 2015, estendendo-se entre os mandatos do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff (PT).

Segundo o secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara, Mozart Vianna, o ato de criação da CPI da Petrobras deverá ficar pronto ainda nesta quarta-feira (4). Ainda de acordo com Mozart, os números divulgados na terça-feira, de 186 assinaturas, foram revisados e o número correto é de 182.

Caberá a Eduardo Cunha assiná-lo. Depois de criada, haverá um intervalo de pelo menos 48 horas para que os líderes dos partidos indiquem nomes para a composição da comissão. Só após a indicação dos nomes é que a CPI poderá ser efetivamente instalada.

O deputado Carlos Sampaio acredita que Eduardo Cunha não deverá ser um obstáculo à criação da CPI. “Ainda durante a campanha (para a presidência da Câmara), Eduardo Cunha se comprometeu conosco. Ele jamais seria um empecilho para a criação da CPI”, afirmou Sampaio.

Sampaio afirmou que já foram coletadas pelo menos 152 assinaturas para a criação da CPI mista da Petrobras, com participação de deputados e senadores. Segundo ele, no entanto, a CPI na Câmara teria muito mais força que uma CPI mista. “Temos uma divisão maior da questão partidária e portanto temos mais condições de prosperar”, afirmou.

Em 2014, foram criadas duas CPIs no Congresso sobre o assunto: uma CPI mista e uma CPI no Senado. A comissão só de senadores era considerada "chapa branca" pela oposição.

Investigação

O tucano afirmou que a nova CPI da Petrobras deverá solicitar as provas colhidas durante a CPI da Petrobras do ano passado e das investigações da operação Lava Jato. Sampaio disse que deverão ser solicitados os testemunhos de pelo menos cinco pessoas, entre elas, ex-executivos da Petrobras como Renato Duque, Pedro Barusco e Venina Velosa. Além dos três, Sampaio disse considerar essencial o depoimento do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.

Segundo Carlos Sampaio, a saída de Graça Foster do comando da Petrobras, confirmada hoje, foi tardia e só aconteceu porque, de acordo com o tucano, Graça deve ter “limpado a barra” do governo. “Essa demissão foi tardia porque já estávamos pedindo desde setembro ou outubro do ano passado (...) Por que demorou? A presidente Graça Foster cumpriu uma missão, que era limpar a barra do governo”, afirmou.