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Batman e Robin na Lava Jato? Veja os apelidos usados pelos investigados

Bruna Borges

Do UOL, em Curitiba

10/02/2015 06h00

A nona fase da operação Lava Jato, deflagrada na última quinta-feira (5), foi batizada de “My Way” (“meu jeito”) pela Polícia Federal. O título da canção de Frank Sinatra era usado por Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, para se referir a Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal. Evidências mostram que outros nomes eram usados para identificar os envolvidos no esquema de corrupção – até os heróis de histórias em quadrinhos “Batman” e “Robin” aparecem nos autos das investigações. 

A nova etapa da operação se baseou nas informações de Barusco -- ele fez um acordo de delação premiada e revelou detalhes sobre como o esquema era organizado na diretoria de Serviços da Petrobras.

Veja abaixo os apelidos mais curiosos usados pelos investigados da operação, segundo a delação de Pedro Barusco:

My Way: Apesar de ter sido citado frequentemente na delação de Barusco, Renato Duque, o "My Way", não é alvo desta fase de investigação. A PF e o Ministério Público querem coletar provas que confirmem a versão dada pelo ex-gerente da Petrobras.

Moch: o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é identificado pelo delator como “Moch”, pois sempre era visto com uma mochila. O ex-gerente da Petrobras aponta o tesoureiro como um dos operadores do esquema. Barusco estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões – Vaccari e o PT negam o recebimento ilegal.

Casa 1 e Casa 2: Enquanto “Casa 1” era a propina destinada a Renato Duque e Barusco, “Casa 2” refere-se as pessoas que recebiam propina e eram responsáveis pela Sete Brasil, empresa criada com apoio da Petrobras para produzir sondas de exploração do Pré-sal. Segundo Barusco, o termo refere-se a João Carlos Medeiros Ferraz, presidente da empresa, e depois a Eduardo Musa, que era diretor de Participações da empresa, segundo a delação.

Mars: o termo é uma abrevitura de "marshal" (marechal, em inglês). Era usado para identificar João Ferraz, presidente da Sete Brasil.

Sab: abreviação de Sabrina. Era usado para identificar Barusco, pois era o nome de uma ex-namorada dele. Na delação não fica claro quem se referia a ele desta forma.

MZB: vem de muzamba. Era uma das formas que Barusco identificava Eduardo Musa, que também presidiu a Sete Brasil.

Batman: é uma das formas usadas para se referir a Júlio Faerman, que sempre aparecia ao lado de Luiz Eduardo (sem sobrenome informado), que seria Robin. Faerman é um empresário citado em denúncia feita por um ex-servidor da Petrobras como responsável por repassar pagamentos de propina da SBM Offshore a funcionários da estatal. Faerman também é identificado como JF na delação.

PAM: é como Mário Góis é citado na delação. Segundo Barusco, Góis é um dos operadores do esquema e é suspeito de passar informações privilegiadas a uma subsidiária da BR Distribuidora chamada Arxo. Três sócios da empresa foram presos na deflagração da “My Way”.

JPI: identifica Júlio Camargo, que é um empresário da Toyo-Setal que fez delação premiada e disse que pagou propina e ex-diretores da Petrobras para conseguir contratos com a estatal. É uma das principais testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal que deu detalhes sobre a participação das principais empreiteiras do país no esquema de corrupção.