"Petrobras é vítima, e não protagonista dos desvios", diz Coutinho na CPI
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira (16) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras que a estatal é “vítima, e não protagonista dos desvios que porventura tenham ocorrido”, em referência às investigações da operação Lava Jato.
Coutinho afirmou que o grupo de auditoria interna da Petrobras, assim que tomou conhecimento das irregularidades apontadas pela Lava Jato, orientou ao Conselho de Administração da Petrobras e à diretoria executiva para que “colaborasse de forma plena com as investigações".
O presidente do BNDES disse ainda que a estatal passou a realizar apurações externas e remeteu as informações levantadas ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância. Também contratou escritórios independentes de investigação para apurar “em profundidade todas as possíveis ramificações de ilícitos”.
“Não houve conivência ou omissão”, declarou Coutinho. Para Coutinho, o comitê de auditoria interna tem realizado o trabalho de fiscalização de maneira “zelosa”.
Coutinho afirmou que acredita que não ocorrendo mais atos ilícitos na estatal durante sua gestão com presidente do Conselho de Administração da Petrobras. “Há um intenso processo de investigação em curso, pela toda a colaboração da empresa no processo de investigação e pelo fato como eu já expliquei há um grande esforço interno independente de investigação, especialmente de pessoas estiverem relacionadas aos protagonistas dos processos de ilícitos. A simples existência de um processo rigoroso, a meu ver, inibe a repetição desse tipo de caso”, defendeu o executivo. Ele também negou qualquer responsabilidade da presidente Dilma Rousseff, que também presidiu o Conselho de Administração quando era ministra, sobre eventuais irregularidades.
O presidente do BNDES disse ainda que esse processo está sendo "educativo".
Coutinho foi convocado para falar sobre a suposta liberação de recursos do BNDES para projetos sob suspeita da Sete Brasil, empresa criada para fabricar sondas do pré-sal. A empresa foi citada pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco como envolvida no esquema de pagamento de propina.
Sobre os empréstimos, Coutinho afirmou que o BNDES não conseguiu concluir os contratos com a Sete Brasil diante da complexidade de fornecedores e projetos da empresa. “Houve problemas no projeto e o BNDES não chegou a contratar a Setebrasil.”
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