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Aécio estreia em protesto e diz que povo não aceita "corrupção e mentira"

Do UOL, no Rio e em Belo Horizonte

16/08/2015 13h05Atualizada em 16/08/2015 17h59

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado pela presidente da República, Dilma Rousseff, na eleição do ano passado, participou pela primeira vez na rua de um protesto contra o governo da petista, neste domingo (16), em Belo Horizonte. Para o tucano, a população não aceita mais passivamente "tanta impunidade, corrupção e mentira".

"Quem vai tirar o Brasil da crise é o povo brasileiro, se manifestando como está fazendo hoje. Estou feliz e emocionado com essa recepção que estou tendo aqui. (...) Os tribunais, sejam de conta ou eleitoral, têm que funcionar, como funcionam o Ministério Público e a Polícia Federal. Só assim nós teremos uma democracia sólida onde todos tenham que cumprir a lei, em especial, a Presidência da República", disse.

"O movimento não é dos partidos. O movimento é dos cidadãos, dos cidadãos indignados e eu sou um deles", afirmou o tucano. "Minha candidatura não é um projeto pessoal. Eu tenho muita disposição de não permitir que esse governo continue fazendo tanto mal ao povo brasileiro". Aécio foi carregado nos ombros por populares durante os cerca de 40 minutos em que permaneceu no protesto.

Em Minas Gerais, o ato reuniu pelo menos dez mil pessoas, que se concentraram na praça da Liberdade. Além da capital mineira, há registro de manifestações em outros sete Estados, além do Distrito Federal. Há protestos em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Pará, em Pernambuco, na Bahia, em Alagoas e em Santa Catarina. Durante a tarde, mais cidades devem ter mobilizações. No total, até o fim do dia, são esperados atos anti-Dilma em mais de 270 cidades brasileiras.

Em Brasília, pelo menos 25 mil pessoas, segundo a PM, marcham em direção ao Congresso Nacional. Nas proximidades da Catedral Metropolitana, os manifestantes rezaram um "Pai Nosso" para pedir o impeachment de Dilma. No Rio de Janeiro, o local escolhido para o ato foi a avenida Atlântica, via da praia de Copacabana, na zona sul da capital fluminense. Um manifestante vestido de Batman fez um discurso com críticas a Dilma e elogios ao juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro. O protesto tem ainda grupos que pedem intervenção militar no país.

No Estado de São Paulo, moradores do município de Ribeirão Preto exibem faixas e cartazes contra o governo da petista. O ex-ministro Antonio Palocci, que governou a cidade em dois mandatos, também foi citado. Já na capital paulista, o ato acontece nesta tarde. Por volta das 12h, os manifestantes já interditavam o tráfego dos dois sentidos da avenida Paulista, na área central. Um grupo de motociclistas ocupou parte da via e deixou o local fazendo buzinaço.

A mobilização ganhou força em Estados do Nordeste, região de grande impacto eleitoral para o PT e para a presidente Dilma. Em Salvador, o ato conta com a presença de pelo menos 5.000 pessoas, de acordo com a Polícia Militar. Os participantes vestem verde e amarelo, seguram bandeiras do Brasil e faixas com frases criticando a corrupção. Em Belém, por sua vez, o público estimado é de 4.500 presentes, segundo o Corpo de Bombeiros.

Em protesto realizado na praia de Boa Viagem, na zona sul do Recife, o ex-governador de Pernambuco, deputado federal Jarbas Vasconcelos, defendeu a renúncia da presidente Dilma. Segundo ele, essa opção é menos traumática do que a possibilidade de impeachment. “A melhor decisão é a renúncia dela. Essa ficha tem que cair”, declarou. Segundo os organizadores, pelo menos 3.000 pessoas participam do ato. (Colaborou Carlos Eduardo Cherem, de Belo Horizonte)

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