Condenada no mensalão, ex-banqueira arruma emprego em escola de balé em BH
A ex-presidente do extinto Banco Rural Kátia Rabello, condenada pelo mensalão do PT, deixará a prisão onde está há quase dois anos, em regime fechado, para trabalhar fora.
A partir de segunda-feira (4), a também ex-bailarina começa a atuar como coordenadora de dança clássica da escola de balé Primeiro Ato, em Belo Horizonte, com um salário mensal inferior a R$ 2.000.
Segundo o advogado dela, Maurício Campos Júnior, sua carga horária na escola será de 40 horas semanais, de segunda-feira a sexta-feira, com registro em carteira de trabalho. “O salário exato, eu não me lembro. Mas o valor é um pouco inferior a R$ 2.000”, afirmou.
O Primeiro Ato, escola e grupo de balé, é um dos mais prestigiados da capital mineira e foi fundado por Rabello com a bailarina Suely Machado, em 1981, após terem deixado o grupo Corpo, também de Belo Horizonte, do qual faziam parte. A ex-banqueira atuou durante anos como bailarina profissional antes de assumir a direção do Rural.
“Ela tem bom comportamento, trabalha e estuda na prisão e atende a todos os requisitos legais. Está apta a progredir para o regime semiaberto desde setembro, mas só agora a progressão foi decidida pelo STF [Supremo Tribunal Federal]”, disse Campos Júnior. Rabello deixa a penitenciária Estevão Pinto, em Belo Horizonte, às 6h. Ela retorna às 20h para dormir na prisão, após cumprir a jornada de trabalho, e não pode frequentar festas e bares nem ingerir bebidas alcoólicas, entre outras restrições.
A funcionária do Primeiro Ato que atendeu a reportagem do UOL informou que a escola está em recesso por conta das festas de fim de ano e que nenhum representante poderia comentar o caso.
Liberada no final do ano
A ex-presidente do Rural deixou a prisão para a saída temporária de Natal, na semana passada. O benefício está relacionado à decisão do STF pela progressão de regime para o semiaberto, após um acordo para o pagamento em 12 vezes de uma multa de R$ 2,4 milhões.
Antes de iniciar suas atividades como coordenadora de dança clássica, Rabello deixa novamente a prisão para passar o Ano-Novo com a família, também em Belo Horizonte.
Ela foi condenada, em novembro de 2012, na ação penal 470, a 14 anos e cinco meses de prisão por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta de instituição financeira.
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