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Veja ministros que já fizeram "bate-e-volta" da Esplanada ao Congresso

Marcelo Castro deixou temporariamente de ser ministro para voltar a ser deputado - Elza Fiuza/Agência Brasil
Marcelo Castro deixou temporariamente de ser ministro para voltar a ser deputado Imagem: Elza Fiuza/Agência Brasil

Do UOL, em Brasília

17/02/2016 13h53

A exoneração do ministro da Saúde, Marcelo Castro, para votar na eleição que vai definir o novo líder do PMDB na Câmara, nesta quarta-feira (17), mostrou que no xadrez da política, as peças podem mudar de função dependendo da estratégia.

Castro, que é deputado federal pelo PMDB do Piauí, deixou o ministério por 24 horas para votar a favor do candidato à reeleição Leonardo Picciani (RJ), que disputa o cargo contra o deputado Hugo Motta (PB). Mas se engana quem acha que Castro inaugurou esse tipo de “bate-e-volta” na Esplanada dos Ministérios. Veja alguns casos em que ministros deixaram seus cargos de primeiro escalão para cumprirem missões, que, pelo menos por algumas horas, pareciam mais importantes.

Chioro deixa ministério para assumir vaga em universidade

Não foi para assumir mandato de deputado, mas de professor: em fevereiro de 2014, o então ministro da Saúde Arthur Chioro foi exonerado do cargo a pedido para assumir a vaga de professor na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Como ministro, Chioro estava impedido de assumir um outro cargo público. Ele então se demitiu do ministério, assumiu o cargo de professor para ser imediatamente liberado de suas funções acadêmicas. Um dia depois, ele foi novamente nomeado como ministro da saúde, cargo que ocupou até setembro de 2015. 

39 ministros de Dilma - Presidência - Presidência
Dos então 39 ministros que assumiram em 2015, 5 saíram para tomar posse no Congresso. Mas voltaram
Imagem: Presidência

Quinteto de Dilma deixa cargo para garantir mandato

Em 2015, a debandada de ministros rumo ao Congresso se repetiu no início do ano. Cinco ministros do segundo mandato da presidente Dilma tiveram que deixar seus cargos para assumir seus mandatos na Câmara e no Senado. Desta vez, os adeptos do “bate-volta” foram a senadora reeleita Kátia Abreu (PMDB-TO) e os deputados federais Pepe Vargas (PT-RS), Patrus Ananias (PT-MG), Edinho Araújo (PMDB-SP) e George Hilton (PRB-MG). Kátia (Agricultura), Pepe  (então ministro das Relações Institucionais), Edinho  (então ministro de Portos), Patrus  (Desenvolvimento Agrário) e Hilton (Esportes) deixaram os cargos para assumir rapidamente seus mandatos e, logo após a posse, o grupo se licenciou para voltar aos ministérios.

Dirceu e outros quatro fizeram "bate-e-volta" na era Lula

José Dirceu participa da cerimônia de posse do primeiro mandato de Lula em janeiro de 2003, em Brasília - Eduardo Knapp - 1.jan.2003/FolhaImagem - Eduardo Knapp - 1.jan.2003/FolhaImagem
Imagem: Eduardo Knapp - 1.jan.2003/FolhaImagem

Em 2003, no primeiro ano do primeiro mandato do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), nada menos que quatro deputados e uma senadora deixaram seus ministérios temporariamente para garantir seus mandatos. Agnelo Queiroz (PT-DF) ocupava o ministério dos Esportes, Miro Teixeira (então no PDT-RJ) era ministro das Telecomunicações, Anderson Adauto (então no PL-MG) era ministro dos Transportes, José Dirceu (PT-SP) ocupava a Casa Civil e Marina Silva (então no PT-AC) era ministra do Meio Ambiente. Os cinco haviam sido eleitos para a Câmara e para o Senado, mas como foram nomeados ministro no início de janeiro, eles precisaram se licenciar de seus cargos para assumir os mandatos para os quais haviam sido eleitos. Como a posse da nova legislatura só ocorreu em fevereiro, a única saída para garantir o mandato e o cargo de ministro foi o “bate-volta”.

Emenda da reeleição

Em 1997, a articulação política do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se empenhou para aprovar a emenda constitucional que garantia a reeleição para a Presidência da República. Em meio a um ambiente incerto, o então ministro de Assuntos Políticos Luiz Carlos Santos (PMDB-SP) deixou o cargo temporariamente para assumir seu mandato de deputado federal. Santos, declaradamente a favor da medida, retomou o lugar de seu então suplente, Pedro Yves (PMDB-SP), que à época se declarava “indeciso” sobre a questão. O retorno de Santos ajudou o governo a aprovar a medida.