Topo

Loja fecha para empregados irem a protesto que tem economia entre temas

Ricardo Martinez, Rogério Padilha, Rafael Rocha e Tiago Reis, que foram à Paulista após a loja encerrar as atividades nesta quinta-feira - Edson Lopes Jr./UOL
Ricardo Martinez, Rogério Padilha, Rafael Rocha e Tiago Reis, que foram à Paulista após a loja encerrar as atividades nesta quinta-feira Imagem: Edson Lopes Jr./UOL

Marcelo Freire

Do UOL, em São Paulo

17/03/2016 17h38

Entre o público diverso que foi à avenida Paulista nesta quinta-feira (17) protestar contra Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que incluía estudantes, aposentados e pessoas que trabalham no local, havia também também funcionários de empresas que fecharam as portas para ir ao protesto.

Um dos casos foi a loja Mundo Terra, que comercializa produtos para camping e esportes de aventura. O diretor da empresa, Augusto Macedo, fechou a unidade de Ilhabela e seguiu à capital para comparecer à manifestação, segundo o relato de quatro funcionários que estavam na Paulista nesta quinta (17).

"Vamos fechar hoje e enquanto continuarem os protestos", disse Rogério Padilha, 46, gerente de uma unidade em São Paulo. "Não dá para ficar de portas abertas vendo tudo isso acontecer. Assim como qualquer empresa em que a diretoria não funciona, os diretores saem. Por isso, eles [Dilma e Lula] têm que sair. A gente já aguentou muita sacanagem por muito tempo", completou o funcionário Rafael Rocha, 25.

Segundo Padilha, a situação econômica do país é o principal maior motivador para a loja fechar as portas em apoio aos protestos. "Trabalhamos com itens importados, e com tanto aumento de imposto não é possível desenvolver a empresa ou melhorar os salários", alega.

"Espero que minha chefe entenda", disse o professor Fabiano Amaral, 50, participante do grupo de cerca de 50 manifestantes que dormiu --ou varou a noite-- na Paulista para "segurar" o protesto até o dia seguinte. Para isso, deixou o trabalho de lado nesta quarta-feira e usou uma capa de chuva comprada na avenida para se proteger do frio. "Quem ficou à noite está lutando por todos os outros."

17.mar.2016 - O engenheiro Antônio Carlos Bronze, 60, durante protesto contra Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva na avenida Paulista - Edson Lopes Jr./UOL - Edson Lopes Jr./UOL
O engenheiro Antônio Carlos Bronze, 60
Imagem: Edson Lopes Jr./UOL

Em meio a duras críticas contra Dilma, Lula e também ao senador e oposicionista Aécio Neves (PSDB-MG), o engenheiro Antônio Carlos Bronze, 60, foi outro que passou a madrugada na Paulista e desabafou por causa da situação econômica do país.

"Estou cansado de mandar gente embora e não ter condição de contratar de volta e ver o funcionário dizer 'mas eu não tenho nem o que comer em casa'. Como você se sente? Há dois anos, demiti 15 funcionários. Você constitui uma empresa e tem um 'sócio ladrão' que pega parte de seu patrimônio e não contribui com nada. Você paga, saúde, educação, um monte de benefício que na prática não existe", diz.

Manifestantes pedem renúncia de Dilma na avenida Paulista

UOL Notícias