Ato na universidade que juiz Moro dá aula critica violação à Constituição
O ato "em defesa da democracia" no prédio histórico da UFPR (Universidade Federal do Paraná), onde o juiz Sergio Moro leciona, teve várias críticas à condução da Operação Lava Jato.
Cerca de 400 pessoas, segundo a PM, se aglomeraram na frente do prédio e acompanharam a fala de juristas, professores e de defensores públicos, por meio de um telão. Coros que entoavam frases como "não vai ter golpe" e "fora, Moro" ecoaram pela praça Andrade, em Curitiba. Dentro do prédio, vários estudantes lotaram o auditório.
O professor de direito processual civil da universidade, Manoel Caetano Ferreira Filho, criticou as conversas interceptadas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a presidente Dilma Rousseff. Para Ferreira, as gravações não poderão ser usadas como prova, pois houve violação à Constituição.
Os oradores mencionaram os fundamentos do Estado de Direito e os princípios da Constituição Federal de 1988. "Politização do judiciário", "judicialização da política" e referências à "falta de imparcialidade sobre os processos que correm em primeira instância" foram os assuntos que ganharam a praça Santos Andrade.
"Não sou filiado a movimentos de militância. E, apesar do posicionamento claro da maioria, esta manifestação é apartidária", comentou Bernardo Forln, estudante de Direito da UFPR.
Para André Giamberardino, defensor público do Paraná, discursos que insisitem em enfatizar uma visão maniqueísta sobre a conjuntura política atual não são construtivos.
Noite tranquila
Nenhuma ocorrência foi registrada pela PM. Certa tensão, porém, ocorreu em torno das 19h30, quando pessoas contrárias ao ato decidiram circular pelos arredores da UFPR. A manifestação anti-Dilma foi organizada via Facebook, pelo grupo "Direita Curitiba", que acusa os participantes de "golpistas defensores do regime totalitário do PT" (sic). O grupo acabou saindo do local.
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