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Para petistas, votação da comissão mostra que ainda falta maioria na Câmara

Deputados protestam a favor do impeachment após a maioria dos membros da comissão especial - Márcio Neves/ UOL
Deputados protestam a favor do impeachment após a maioria dos membros da comissão especial Imagem: Márcio Neves/ UOL

Do UOL, em Brasília

11/04/2016 22h11

Deputados do PT minimizaram a aprovação do parecer pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara. Segundo a tese dos petistas, os votos mostram que ainda não há maioria absoluta na Câmara.

 
Por 38 votos a 27, uma comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (17) o relatório de Jovair Arantes (PTB-GO) que defendeu a autorização da Câmara para que a presidente Dilma Rousseff seja processada no Senado. A decisão ainda precisa ser referendada pelos 513 deputados, em votação que deve começar na sexta-feira (15).
 
Petistas argumentaram que os 38 votos conseguidos pela oposição representam menos de 2/3 dos 65 parlamentares que votaram no colegiado, o que indica que opositores terão dificuldade para aprovar o impeachment no plenário.
 
"O resultado com menos de 2/3 dos membros representa uma derrota para os golpistas que defendem o impeachment", afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florense (BA), logo após a votação.
 
"Foi uma vitória aparente. Eles não conseguiram os 2/3 que vão precisar no plenário", afirmou o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ. "Hoje eles irem, amanhã eles choram", emendou o parlamentar. 

“Ainda que não seja uma relação tão direta. A projeção dessa votação não lhes garante impeachment em Plenário. Eles não têm os dois terços de votos, porque eles não tiveram aqui”, disse Arlindo Chinaglia (PT-SP), um dos representantes do PT na comissão. “Todo mundo vai cantar vitória, mas eu acho que [a votação de hoje] não decide”, afirmou.

Segundo Chinaglia, o governo já previa a derrota na comissão, onde era necessário apenas a maioria dos votos para a aprovação do parecer.
Para ser aprovado e encaminhado ao Senado, o processo de impeachment precisa do apoio de dois terços dos deputados, ou 342 votos. Se o Senado decidir instaurar o processo, a presidente fica afastada temporariamente do cargo, até que o julgamento seja concluído.

Oposição

Já o deputado do DEM, Mendonça Filho (PE) disse que o resultado superou a projeção da oposição, que contava com 35 votos a favor do parecer de Arantes. “A expectativa era de 35 votos. Chegamos a 38 e isso sinaliza claramente que no Plenário a gente atinge com folga os 342 votos necessários”, disse.

O oposicionista diz acreditar que a pressão da opinião pública vai engrossar o apoio ao impeachment no plenário. “Quando vem, funciona como uma avalanche. Cada vez mais que a pressão da opinião pública funciona e o sentimento popular é percebido aqui na Casa, maior será a votação pró-impeachment dentro do Parlamento”, afirmou Mendonça.

(Com Estadão Conteúdo)