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Reconciliação só acontece com saída de Dilma, diz líder do MBL

Guilherme Azevedo

Do UOL, em São Paulo

13/04/2016 06h00

Aos 20 anos de idade e filho mais novo de um descendente de japoneses e de uma paraense, o paulista Kim Kataguiri se tornou porta-voz de um segmento da população brasileira que não gosta do atual governo nem do PT e defende a adoção de uma pauta mais liberal. Isso significa, nas palavras de Kim, a defesa da redução da burocracia e da carga tributária e o rigoroso controle das finanças públicas.

Ele é coordenador nacional do MBL (Movimento Brasil Livre), movimento da sociedade civil que se projetou a partir dos protestos de junho de 2013 e hoje se mobiliza pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Ele falou ao UOL no dia 4 de abril, ao final do ato "Juristas pelo Impeachment", organizado por estudantes de direito da Faculdade do Largo São Francisco, da USP (Universidade de São Paulo), no largo São Francisco, centro de São Paulo, e voltou a pedir a saída de Dilma.

Kataguiri disse ser falso o discurso de que o Brasil está dividido e citou pesquisas de opinião para mostrar a contrariedade da população com o governo Dilma Segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 7 e 8 de abril, 61% dos entrevistados eram a favor do impeachment da presidente, com 33% contra.

"O sentimento geral é de que o que está aí não é suficiente", opinou. "Nem todo mundo defende o impeachment, tem gente que defende a cassação, a renúncia, mas acho que existe certo consenso na sociedade de que, com o atual governo, a gente não vai para a frente."

Novo governo, novo pacto

Para ele, apenas se sairá do que chama de "paralisia política" e do "cenário de polarização entre uma pequena militância barulhenta e a sociedade civil que se mobilizou" por meio da posse de um "novo governo" e de um "novo pacto entre o Congresso Nacional e a Presidência da República".

O militante do MBL acredita que o impedimento da presidente terá um efeito positivo imediato: o fim da crise de confiança no país, com reflexos sobre a economia, que ganharia um novo fôlego.

E se mostrou otimista quanto ao futuro do país: a democracia brasileira, que considera ainda muito jovem, poderá sair mais forte e mais madura do atual momento histórico.