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Investigada na Lava Jato, Mendes Júnior apresenta plano de recuperação

Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior - Adi Leite/Valor
Sergio Cunha Mendes, vice-presidente da Mendes Júnior Imagem: Adi Leite/Valor

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

17/05/2016 19h43

Investigada na operação Lava Jato, a empreiteira Mendes Júnior apresentou nesta segunda-feira (16) um plano de recuperação judicial ao TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). O valor a ser recuperado é de R$ 258 milhões, que corresponde ao montante da dívida da empresa.

A partir de agora, a juíza da 1ª Vara Empresarial Patrícia Santos Firmo vai tornar pública a proposta da empresa, para que o documento possa ser analisado pelos credores, que terão 180 dias para apreciá-lo.

Também nesta segunda-feira (16),  a juíza autorizou o desbloqueio de R$ 5.651.072 da companhia. O plano da empresa faz parte do processo de recuperação judicial da empresa, aceito pelo TJ-MG, em 10 de março.

Até a publicação dessa matéria, o UOL não havia localizado representantes da empresa para comentar a apresentação do plano.

A recuperação pedida pela Mendes Júnior, de acordo com a assessoria da corte, pode ser pedida quando a empresa está endividada. Funciona como a antiga concordata. Neste caso, a Mendes Júnior poderá suspender o pagamento das dívidas, mas vai continuar em atividade para equilibrar as contas.

Proibida de contratos com o governo

No pedido de recuperação judicial, a construtora alegou que desde de 2014 sofre impactos por causa da situação econômica do país. De acordo com a empreiteira, a recuperação judicial “é a opção adequada para reequilibrar sua situação econômica e financeira de modo a preservar os interesses dos credores, clientes, fornecedores, colaboradores e demais parceiros pela preservação da operação da companhia e continuidade de seus contratos”.

No mês passado, após o pedido de recuperação judicial, a CGU (Controladoria-Geral da União) declarou a Mendes Júnior inidônea. Com isso, ela ficou impedida de fazer contratos com qualquer instituição pública nos próximos dois anos. Foi a primeira decisão desse tipo em relação a empresas envolvidas na Lava Jato.

O órgão colheu provas de irregularidades na atuação da construtora Mendes Júnior em contratos da Petrobras de 2004 a 2012. Na investigação, a empresa até admitiu o suborno, mas alegou que a propina foi extorquida por operadores do esquema. Porém, isso não convenceu a CGU.

Em novembro de 205, a Justiça Federal no Paraná, condenou executivos e ex-executivos da companhia por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Entre eles, o ex-vice-presidente executivo da construtora, Sérgio Cunha Mendes.