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'Dilma está sitiada no Palácio do Alvorada', diz senador petista

Do UOL, em São Paulo

19/05/2016 22h07

O senador Jorge Viana (PT-AC) revelou nesta quinta-feira (19) em discurso no Senado, que foram implantadas restrições, pela segurança do Palácio do Alvorada, às pessoas que querem visitar a presidente afastada Dilma Rousseff, que continua morando no local. 

Viana reclamou publicamente de uma barreira colocada perto do Palácio do Jaburu, onde mora o presidente interino Michel Temer, que é próximo do Palácio da Alvorada. "Quem precisa ir ver a presidente é parado e precisa de autorização do Jaburu para passar", disse o senador. Para ele, Dilma está "sitiada por conta das restrições a visitas impostas pela segurança determinada pelo Palácio do Planalto".

"Faço um apelo ao presidente do Supremo, ministro Lewandowski: questione as autoridades instaladas provisoriamente no Palácio do Planalto se isso é legal. Faço um apelo às autoridades: que garantam o ir e vir conforme estabelece a Constituição", afirmou o senador em seu discurso.

Embora não tenha falado em falta de educação, Viana disse que se sentiu incomodado ao ter de se identificar na barreira, que tinha militares "fortemente armados".

"Dilma está sitiada. Acabei de fazer uma visita a ela, ao lado de outros parlamentares, e tivemos que nos identificar, esperar um bom tempo para que telefonemas fossem dados, para que ligações fossem feitas para ver se nós podíamos passar para fazer uma simples visita à presidente Dilma. Isso significa que a presidente eleita está sitiada? Que país é este? Que governo provisório é esse? Essa é a plena democracia? Isso é o funcionamento pleno das instituições?", disse o senador.

O UOL não conseguiu contato com o Palácio do Planalto na noite de quinta-feira. Na sexta, em nota oficial, o Planalto informou que "a partir do dia 13 de março, o Gabinete de Segurança Institucional intensificou o controle de acesso ao Palácio Alvorada, com o objetivo de garantir, conforme determina a lei, a segurança da presidenta da República". "Em consequência, a visitação pública à residência oficial foi suspensa e as visitas oficiais são identificadas, diariamente, de acordo com uma agenda previamente distribuída aos agentes de segurança pela assessoria presidencial."

Segundo o órgão, o protocolo de segurança estabelece que as eventualidades fora da agenda devem ser confirmadas e autorizadas, por telefone, por assessores. "Posteriormente, em virtude das recentes decisões na Câmara e no Senado Federal, o mesmo protocolo foi adotado no Palácio Jaburu", informou o comunicado, que ressalta que o controle de acesso às duas residências oficiais está vigente com amparo no decreto nº 8.577, de 26 de novembro de 2015.