Cafeteria em Belo Horizonte carimba "Fora, Temer" em comandas
Desde a semana passada, os cerca de 300 frequentadores diários do Café Kahlúa, no centro de Belo Horizonte, recebem as comandas do estabelecimento com a frase “Fora, Temer”.
Nesta quinta-feira (7), o proprietário, Ruimar Oliveira, 48, aguardava a entrega do novo carimbo que também vai usar nas comandas. A frase agora vai ser “Volta, querida”.
“Não sou eu que estou me manifestando. É o café, o estabelecimento”, diz. “Não é nada comercial. Não é esse o interesse. Mas vamos ter um ambiente melhor no café, que é frequentado por pessoas mais críticas. O carimbo expressa a insatisfação dos clientes da cafeteria com o atual governo."
Embora tenha votado em Dilma Rousseff e em Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas quatro eleições presidenciais, Oliveira diz que não exerce militância partidária e que jamais foi filiado a qualquer legenda. “Não sou petista. Nunca me filiei a partido nenhum. Sou somente crítico do atual governo”, diz.
Em quase uma semana, só um cliente reclamou e disse que não voltava
Ruimar Oliveira, dono do café
"Gracinha"
A estudante de engenharia metalúrgica da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Francislaynne Lages Dias, 22, ficou sabendo da iniciativa do café e foi até o estabelecimento.
“Ouvi falar do carimbo e vim conhecer. É legal ter um lugar para frequentar que tem gente que pensa igual à gente. Pessoas que têm o mesmo ideal”, afirma ela.
Dias diz que, embora não seja filiada a partidos, tem uma posição política clara: “Não sou petista, nem de nenhum partido. Sou de esquerda”.
A estudante disse que, a partir de agora, vai começar a frequentar a cafeteria. “Eu amo esse tipo de lugar. Docinho no café, água. Uma gracinha.”
Elom Eduardo Maio Nascimento, 18, toma um cafezinho diariamente, pela manhã, no Café Kahlúa, que fica a poucos metros do cursinho pré-vestibular onde estuda.
“Achei legal o carimbo. Não sou petista, mas acho o governo [Michel Temer] ilegítimo”, afirma Nascimento. “Não é golpe, tudo [o impeachment] foi feito dentro da democracia. Mas as justificativas para o impeachment não são válidas”, diz o estudante.
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