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"Espero que tudo seja esclarecido", diz Pezão sobre prisão de Cabral

Análise: Prisão de Cabral é novo golpe no PMDB-RJ e pode atingir Pezão

UOL Notícias

Do UOL, no Rio

17/11/2016 13h57Atualizada em 17/11/2016 19h50

A prisão de Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (17), começou a repercutir entre políticos fluminenses.

O governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que sucedeu Cabral no poder, limitou-se a dizer que espera que tudo "seja esclarecido", sem citar o nome do aliado. "Espero que tudo seja esclarecido, a partir da garantia do amplo direito de defesa", disse, em nota enviada à imprensa sobre a operação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

Entre os que se pronunciaram publicamente sobre a ação da Polícia Federal, como parte da Operação Lava Jato, é consenso a opinião de que há relação entre os crimes pelos quais Cabral é investigado e a crise econômica do Estado.

Pelo Twitter, o vereador e ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), falou sobre a prisão sem citar nomes de envolvidos, menos de quatro horas após o cumprimento dos mandados de prisão.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) falou em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, do seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

"Hoje o Rio de Janeiro amanheceu com a notícia da prisão do ex-governador Sérgio Cabral e de uma série de outras pessoas, em diversas acusações, entre elas formação de quadrilha. A quadrilha foi o governo do PMDB", declarou Freixo.

Na opinião do deputado do PSOL, a crise econômica "tem uma raiz política, é fruto da péssima gestão, da gestão corrupta, da gestão quadrilheira de Sérgio Cabral e sua turma". "Eles faliram o Rio de Janeiro com a sua maneira de governar, com empréstimos irresponsáveis e corrupção", acrescentou.

Também do PSOL do Rio, o deputado federal Chico Alencar foi irônico ao citar do nome da operação da PF, referência às tormentas enfrentadas pelo navegador português e descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral, a caminho das Índias.

Em Brasília, os parlamentares do Rio lembraram que a Operação Lava Jato já mirava o peemedebista há algum tempo e avaliaram que Cabral é um dos responsáveis pela crise financeira do Estado.

"O PMDB do Rio de Janeiro foi responsável por todas as crises que estamos vivendo", comentou o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), adversário político do grupo de Cabral. O parlamentar disse que não celebraria a prisão do ex-governador e defendeu que, no cárcere, Cabral tenha seus direitos preservados.

"Ele é um dos responsáveis pela crise, pela gestão irresponsável dos últimos anos", concordou o líder da Rede Alessandro Molon (RJ). O deputado destacou que a prisão era algo previsto porque já havia informações de que a delação do empreiteiro Fernando Cavendish comprometeria Cabral.

Em sua avaliação, os desdobramentos das investigações da Polícia Federal devem aumentar a crise no Estado. "Ainda virão mais informações, mais denúncias", prevê.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua vez, limitou-se a dizer que este "é um momento triste para o Rio".

Blog do Garotinho comemora

A prisão de Cabral ocorreu menos de 24 horas depois de o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) ser preso. Na manhã desta quinta, seu blog oficial celebrou a prisão do peemedebista, seu adversário político.

O texto publicado no site de Garotinho ressalta que a situação dele é "completamente diferente" da de Cabral e insinuaque "não foi coincidência" terem escolhido ontem para prender um e hoje para prender o outro.

"É evidente que querem associar as duas prisões, confundir as pessoas para colocarem Garotinho e Cabral no mesmo bolo", diz o texto publicado às 8h13. (Com Agência Estado)