Vereadores reeleitos de BH ajudam a aprovar aumento de R$ 1.400 para eles mesmos
Os vereadores de Belo Horizonte aprovaram na última quarta-feira (14), durante sessão que durou poucos minutos, um aumento de seus próprios subsídios. Com o reajuste de 9,3%, o salário dos políticos aumentará em cerca de R$ 1.400, passando a R$ 16.435,88. Dos 26 que votaram pelo reajuste, 12 serão beneficiados, já que foram reeleitos para um novo mandato a partir de 2017.
Com o aumento votado pelos parlamentares, o prefeito eleito Alexandre Kalil (PHS), que elogiou a aprovação da medida, assumirá o cargo recebendo R$ 27 mil, R$ 3 mil a mais do que Márcio Lacerda (PSB) recebe atualmente. Os secretários municipais e o vice-prefeito, por sua vez, terão o vencimento mensal reajustado de R$ 16,5 mil para R$ 18,2 mil.
Entre os 18 vereadores reeleitos neste ano e que vão se beneficiar do reajuste, somente dois, Arnaldo Godoy (PT) e Pedro Patrus (PT), votaram contra a iniciativa. Outros quatro vereadores reeleitos se abstiveram: Juliano Lopes (PT), Juninho Los Hermanos (PSDB), Henrique Braga (PSDB) - que não votou porque presidiu a sessão - e Wellington Magalhães (PTN), autor do projeto de aumento, mas que não votou porque foi afastado da presidência da Casa e do mandato por 60 dias, por determinação da Justiça, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os 12 reeleitos que deram voto favorável à iniciativa foram: Autair Gomes (PSC), Bim da Ambulância (PSDB), Bispo Fernando Luiz (PSB), Dr. Nilton (Pros), Elvis Côrtes (PSD), Gilson Reis (PCdoB), Jorge Santos (PRB), Léo Burguês de Castro (PSL), Orlei (PTdoB), Preto (DEM), Professor Wendel Mesquita (PSB) e Reinaldo Preto Sacolão (PMDB).
O aumento vem em um momento de grave crise financeira em Minas Gerais. Na semana passada, o governador Fernando Pimentel (PT) decretou calamidade financeira no Estado. De quebra, a capital passa também por um estado de urgência decretado pelo prefeito Marcio Lacerad (PSB) em decorrência das fortes chuvas na cidade.
Segundo a Câmara Municipal, o último reajuste nos subsídios dos vereadores ocorreu em 2012. Na ocasião, os vencimentos tiveram aumento de 34,15%.
Reajuste seria o mesmo estabelecido pela PEC do Teto
De autoria do presidente afastado da Câmara Municipal, vereador Wellington Magalhães (PTN), o projeto diz que o aumento nos salários representa uma "revisão financeira, conforme a inflação" e está "dentro do espírito de cooperação nacional para o momento que o país vive".
De acordo com texto do projeto, o índice utilizado para o reajuste é o mesmo estabelecido na PEC (Proposta de Emenda de Constituição ) do Teto de Gastos, aprovada pelo Senado na última terça-feira (13).
A votação foi presidida pelo Pastor Henrique Braga (PSDB), haja vista o afastamento do ex-presidente da Câmara, Wellington Magalhães.
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