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Greca promete cortar 40% de cargos em comissão e funções gratificadas em Curitiba

Rafael Moro Martins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

01/01/2017 18h43Atualizada em 01/01/2017 19h38

Após ser empossado prefeito de Curitiba neste domingo (1º), Rafael Greca (PMN) prometeu cortar 40% dos cargos em comissão e das funções gratificadas na estrutura municipal. "A prefeitura está abusivamente inchada e partidária", argumentou.

Greca disse que a transição entre a sua gestão e a do antecessor, Gustavo Fruet (PDT), foi "sôfrega", e prometeu apresentar um balanço da situação financeira do município em dez dias.

Falou, ainda, que os R$ 900 mil que a prefeitura economizou cancelando a 35ª edição da tradicional Oficina de Música --que atrai estudantes de todo o país e mesmo do exterior-- serão usados para o fornecimento de 212 medicamentos por 60 dias.

Greca chegou com 40 minutos de atraso à Câmara de Curitiba, onde foi empossado prefeito. A cerimônia estava prevista para as 16h, mas o político só assinou o termo de posse às 16h55. "Ergueremos a cidade acima das dificuldades", discursou.

greca - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
O prefeito eleito de Curitiba, Rafael Greca (PMN), cumpriu a promessa de ir à cerimônia de posse de ônibus elétrico
Imagem: Reprodução/Facebook

Os cerca de 2km que separam seu apartamento no Batel, bairro nobre de Curitiba, da Câmara Greca percorreu, acompanhado por secretários e assessores, num ônibus híbrido, movido a energia elétrica e óleo diesel. Segundo ele, a escolha se deveu, entre outras razões, para "homenagear a Volvo", fabricante do veículo, instalada na cidade.

O ônibus usado por Greca está em testes em Curitiba desde 2016, mas recebeu uma plotagem especial, verde, a pedido do prefeito eleito. Ele oferece ao passageiro mimos como ar condicionado, internet sem fio e piso baixo, não encontrados em nenhum outro que roda na cidade. Desde 2012, aliás, as empresas que operam o sistema de transporte de Curitiba estão liberadas pela Justiça da obrigação contratual de renovar a frota.

Greca, que teve crises de falta de ar e chegou a ser hospitalizado no sábado (31), não subiu a escadaria de 13 degraus que dá acesso ao prédio histórico da Câmara. Em vez disso, usou um acesso lateral, pelo qual não há escadas. Ao desembarcar do ônibus, Greca ouviu e cantou o hino de Curitiba e recebeu uma bênção de uma mãe-de-santo de umbanda.

No discurso na Câmara, ele fez menção ao problema de saúde. "Minha cabeça, e meu coração, que passa bem --ontem tive que tirar um retrato dele-- estará a serviço da causa da cidade", falou, para risos da plateia. No sábado, o prefeito sentiu falta de ar e chegou a ser hospitalizado.

Da Câmara, Greca --desta vez, num carro elétrico-- e seu estafe seguiram para o Memorial de Curitiba, no Largo da Ordem, centro histórico da cidade. Ali ocorreria a segunda parte da sua posse, iniciada com uma cerimônia religiosa ecumênica --com direito a coro e banda-- de que também participaram o governador Beto Richa (PSDB), principal apoiador da candidatura de Greca, e sua mulher, Fernanda Richa, que é secretária estadual da Família e Desenvolvimento Social.

"Vamos trabalhar juntos pela cidade, Pelo bem dos curitibanos", discursou Richa, em seguida. Acusado pelo ex-aliado e atual adversário político Gustavo Fruet de reter verbas estaduais à capital, o governador anunciou R$ 60 milhões em"'repasse extraordinário" de ICMS a Curitiba ainda em janeiro.

Em seu segundo discurso do dia, Greca foi farto em frases de efeito --"Fica decretado que a vida vale a pena e que o povo será servido"--, prometeu inaugurar na Páscoa uma unidade de pronto-atendimento construída pela gestão do antecessor e cometeu algumas imprecisões.

"Voltaremos a ter a melhor escola pública do Brasil", bradou, em determinado momento. Segundo o Ideb, índice do MEC que avalia o ensino no país, Curitiba já tem a melhor nota entre as capitais brasileiras.