Topo

Morte de Teori deve atrasar Lava Jato, diz Eliseu Padilha

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha - Danilo Verpa/Folhapress
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Flávio Ilha

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

20/01/2017 13h00Atualizada em 20/01/2017 13h00

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, reconheceu nesta sexta-feira (20) em Porto Alegre que a morte do ministro Teori Zavascki, relator do processo da Lava Jato no STF, deverá atrasar as homologações de delações premiadas no âmbito da operação. O ministro Zavascki morreu em um acidente aéreo na tarde de ontem.

"A morte do ministro por certo vai fazer com que a gente tenha, em relação à Lava Jato, um pouco mais de tempo agora para que as chamadas delações sejam homologadas ou não. Perde tempo, sim. Mas o presidente Michel já assegurou que vai indicar, com a maior brevidade possível, um novo ministro", afirmou Padilha.

"Mas independe do novo ministro o andamento do processo. A ministra Carmen Lúcia [presidente do STF] tem o regimento do Supremo, certamente ela vai colocar o regimento acima de qualquer questão para que a gente tenha, com a maior brevidade possível, a retomada”, disse Padilha durante entrevista no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.

Padilha veio ao Rio Grande do Sul negociar com o governador José Ivo Sartori (PMDB) um auxílio financeiro por parte da União, já que o Estado enfrenta uma grave crise financeira. Segundo Padilha, ainda não há nomes para a vaga aberta com a morte trágica de Zavascki. “Não tem perfil, não tem nome, é muito cedo. O presidente é quem fala sobre esse assunto”, completou.

Padilha também disse que não haverá constrangimento de Temer em relação à escolha de um ministro que possa relatar um processo onde o próprio presidente deverá ser citado. “A observância da Constituição não constrange absolutamente ninguém. O presidente tem uma atribuição que lhe foi delegada pela Constituição. Vai seguramente corresponder na plenitude do texto constitucional. Essa questão, da relatoria, é questão do Judiciário opinar. Não é uma questão do Executivo”, disse.