Filho do ministro Teori Zavascki conclama imprensa a investigar morte do pai
O filho do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki, que morreu na semana passada em um acidente aéreo em Paraty (RJ), conclamou a imprensa nesta quarta-feira (25) a acompanhar as investigações sobre as circunstâncias do desastre e comparou o trabalho dos jornalistas a uma “missão”. Francisco, que é advogado, disse que é preciso “fazer valer o princípio da imprensa livre”. Na segunda-feira (23), o juiz Raffaele Felice Pirro, da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, decretou sigilo nas investigações sobre o acidente.
“Nós [a família] queremos e vamos acompanhar as investigações. Mas mais importante é que vocês [imprensa] acompanhem. Vocês não têm um trabalho, vocês têm uma missão com o país, que é acompanhar todos os detalhes dessa investigação. Para que não reste dúvida para ninguém, para a família e para o país. Para que a verdade, seja qual for, apareça. Na verdade, eu convoco vocês para fazerem valer o princípio da imprensa livre, fazerem valer o trabalho de vocês, que é muito importante. Talvez vocês não tenham a noção da importância que vocês têm para o país hoje”, disse dirigindo-se aos repórteres que cobriam a missa de sétimo dia do ministro.
Falando em nome da família, Francisco agradeceu o “tratamento respeitoso” que recebeu dos jornalistas durante o funeral de Teori e ressalvou que nem ele e nem os irmãos têm qualquer convicção sobre o que aconteceu. “Não, nenhuma. Absolutamente nenhuma convicção. Queria deixar claro isso. Queremos a verdade, mas ninguém acha, ou acredita, em qualquer teoria, para qualquer dos lados”, continuou.
A missa foi realizada no final da tarde na paróquia de Nossa Senhora de Mont’Serrat, no mesmo bairro monde o ministro passava os finais de semana depois de assumir uma vaga no STF. Durante a celebração, a filha de Teori, Liliana, leu uma carta em homenagem ao pai em que também menciona a morte inesperada de Teori. “É difícil de entender, pois tinhas muito o que viver e estavas numa hora importante da tua vida e do país”, disse.
Chorando muito, Liliana também lembrou do que escreveu ao pai quando ele foi nomeado ministro do STF pela ex-presidente Dilma Rousseff. “Escrevi que perdia eu, mas ganhava o Brasil. Agora, perde o Brasil, ganha o céu”, afirmou.
A celebração reuniu amigos, colegas e familiares de Teori. Não havia políticos na cerimônia, rezada pelo padre Agostinho. Durante a missa, o padre leu trechos da Carta de São Paulo aos Romanos – nesta quarta-feira, a Igreja Católica comemora a conversão de São Paulo ao cristianismo.
“Era um bom companheiro. Ajudava a muitas pessoas sem alardear que estava ajudando, sem tocar as trombetas, como diz o Evangelho. Ele cumpriu sua missão de verdade”, disse o padre.
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