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MP vai apurar procurador que queria abrir champanhe pela morte de Marisa Letícia

Leonardo Soares/ Xinhua/ Agência Estado
Imagem: Leonardo Soares/ Xinhua/ Agência Estado

Carlos Eduardo Cherem

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

04/02/2017 02h51

A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Minas Gerais anunciou na noite desta sexta-feira (3) que abriu uma investigação para averiguar a conduta do procurador de Justiça de Minas Gerais, Rômulo Paiva Filho, que fez uma postagem em redes sociais torcendo pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que faleceu hoje em São Paulo aos 66 anos.

O procurador publicou na internet uma foto de Marisa Letícia seguida da frase: “Morre logo, peste! Quero abrir logo o meu champagne”. A mensagem foi apagada por volta de 18h, menos de uma hora antes da morte da ex-primeira-dama, às 18h57. A corregedoria informou que está apurando o caso e vai “tomar as medidas cabíveis” contra o procurador. 

Paiva Filho está no Ministério Público de Minas Gerais desde 1989.

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Essa não é a primeira vez que Rômulo Paiva Filho se envolve em polêmica com questões políticas na internet. Em agosto de 2016, ele publicou um texto insinuando que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) deveria ser queimada e morta durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. 

“Quem vai acender a pira olímpica? Eu sugiro dar um banho de gasolina na Dilma, tacar fogo com a tocha e mandar ela correr em direção à pira. Que tal?”, escreveu ele à época.

A reportagem do UOL não localizou o procurador para comentar a iniciativa da corregedoria de investigá-lo por causa da postagem sobre Marisa Letícia até a noite desta sexta-feira (3).

Vítima de um AVC

Marisa Letícia foi internada em estado grave no hospital Sírio-Libanês no dia 24 de janeiro, após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. Ela chegou a apresentar uma ligeira melhora na terça-feira (31), e a sedação começou a ser reduzida. Como ela não reagiu bem, voltou a ser sedada, mas piorou na quarta-feira.

Na quinta-feira, um doppler transcraniano já havia mostrado que dona Marisa não tinha mais fluxo cerebral. A partir de então, a família Lula da Silva autorizou o início dos procedimentos para a doação de órgãos. A ex-primeira-dama teve a morte confirmada na noite desta sexta-feira (03), após a realização de exames protocolares. 

Marisa acompanhou Lula desde o início de sua vida política, durante as greves de operários no ABC paulista no fim dos anos 1970 – ele tornou-se presidente do sindicato um ano depois do casamento deles, em 1975. Ela foi a responsável por costurar a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores. 

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