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Agronegócio não pode ser desvalorizado por pequeno núcleo, diz Temer

Janaina Garcia

Do UOL, em São Paulo

20/03/2017 11h28Atualizada em 20/03/2017 14h08

Horas depois de a União Europeia anunciar a decisão de suspender a importação de carne de todas as empresas brasileiras envolvidas na operação Carne Fraca, o presidente Michel Temer (PMDB) minimizou, nesta segunda-feira (20), a extensão das investigações da Polícia Federal e disse que o agronegócio "não pode ser desvalorizado por um pequeno núcleo".

Em discurso na Amcham (Câmara Americana de Comércio), em evento no qual foi homenageado em São Paulo, o peemedebista afirmou que, das "4.850 plantas de frigoríficos no Brasil, só três foram interditadas e mais 18 ou 19 vão ser investigados". No total, dos 21 estabelecimentos investigados, três foram interditados.

"O ministério da Agricultura tem 11.300 servidores e só 30 estão envolvidos [no esquema], ou investigados. É um número diminuto", defendeu. Depois, em nota, o Planalto corrigiu o número de servidores investigados que é de 33.

"O agronegócio, para nós no Brasil, é uma coisa importantíssima e não pode ser desvalorizado por um pequeno núcleo", declarou.

Temer ainda mencionou à plateia --composta por representantes de multinacionais --o jantar da véspera, em uma churrascaria de Brasília, com embaixadores e representantes de associações de produtores de carne na qual foi servido churrasco.

"Exportamos 184 mil partidas de carne in natura", disse. Esse dado também foi corrigido posteriormente pela assessoria do Planalto.

Em 2016, "foram expedidas 853 mil partidas de produtos de origem animal do Brasil para o exterior e apenas 184 foram consideradas, pelos importadores, fora de conformidade, muitas vezes, por causa de temas não sanitários".

"E o que temos na verdade são sistemas rigorosíssimos de avaliação sanitária no Brasil. Quando essa carne chega ao país estrangeiro, passa por nova inspeção", completou o presidente em sua fala.

Para ele, a carne fiscalizada por conta da operação "é assunto mais ou menos do dia". "Se Deus quiser, isso vai acabar muito bem. Há uma percepção de que o Brasil está melhorando em vários setores. E não só pelo governo, mas pelas agências de avaliação de risco", concluiu.