Crítico da Lava Jato, Pacheco assume a comissão mais importante da Câmara
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara elegeu na manhã desta quinta-feira (22) o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) para presidir o colegiado neste ano. O peemedebista chegou a ser cotado para o Ministério da Justiça no governo do presidente Michel Temer e é conhecido por fazer críticas à Operação Lava Jato.
A CCJ é a maior e mais importante comissão da Câmara. Todas as matérias em tramitação precisam ser analisadas e aprovadas na comissão.
Pacheco foi eleito por unanimidade, com 41 votos. A eleição teve que ser refeita durante o processo porque a primeira tentativa de votação incluiu em chapa única os deputados Alceu Moreira (PMDB-RS) e Daniel Vilela (PMDB-GO) como primeiro e segundo vice-presidentes.
O líder do PP, Arthur Lira (AL), questionou a formação das chapas, alegando que em reunião de líderes na quarta-feira (22) havia um acordo para que não fosse eleita chapa completa, apenas a presidência das comissões.
O pedido foi acolhido pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que presidiu a sessão, e a votação foi refeita.
Defendeu réus no mensalão
Pacheco defendeu envolvidos no escândalo do mensalão e faltou a votações de temas imprescindíveis para o governo Temer.
Advogado, Pacheco integrou a banca que defendeu dirigentes do Banco Rural no processo do mensalão. Ao lado dos ex-ministros da Justiça Márcio Thomaz Bastos (morto em 2014) e José Carlos Dias, entre outros, ele assina várias peças de defesa dos ex-dirigentes da instituição.
Segundo reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", nas alegações finais da ex-presidente do Rural Katia Rabello, em 2011, os advogados escrevem que o Ministério Público "se rendeu a especulações não provadas, considerou fatos sem importância jurídica, senão midiática, ignorou aspectos temporais dos fatos", entre outras falhas, na denúncia contra os investigados no mensalão.
Hoje, o Ministério Público é um dos principais atores da Operação Lava Jato.
Em 2013, em um programa da TV da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, ele se posicionou contra o poder de investigação do Ministério Público quando a Câmara discutia uma Proposta de Emenda à Constituição que tratava do tema.
"Em razão de casos concretos que surgiram nos últimos anos, o Ministério Público inaugurou procedimentos administrativos criminais análogos a inquérito policiais, investigando fatos-crimes e servindo aquela investigação unilateral do Ministério Público para propositura por ele próprio de ações penais", afirmou Pacheco na entrevista, cujo vídeo é reproduzido no site do escritório de advocacia do qual foi sócio até outubro de 2016. (Com Estadão Conteúdo)
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