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Temer rebate Renan e diz que 'ele sempre agiu dessa maneira': 'ele vai e volta'

O presidente Michel Temer teria rompido com Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado - Ueslei Marcelino/Reuters
O presidente Michel Temer teria rompido com Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Do UOL, em São Paulo

06/04/2017 11h36Atualizada em 06/04/2017 14h39

Alvo de críticas do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente Michel Temer disse que o líder do PMDB no Senado “sempre agiu dessa maneira”. "Ele vai e volta", comentou em entrevista ao programa "90 Minutos", da Rádio Bandeirantes nesta quinta-feira (6).

“Então, eu estou tratando politicamente com muito cuidado até porque não posso, a todo momento, ficar brigando com quem não é presidente da República”. Segundo a coluna "Painel", do jornal "Folha de S.Paulo", Temer rompeu com Renan.

Na última quarta-feira (5), Renan disse que Temer “passa a impressão de que não tem para onde ir”. O comentário foi criticado por outros integrantes da bancada do PMDB no Senado. O senador também falou que "quem não ouve erra sozinho", em referência a sanção da lei da terceirização e à reforma da Previdência. O líder também disse que, se continuar como está, "o governo vai cair para um lado e o PMDB, para o outro".

Temer: não posso brigar com quem não é presidente da República

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Desde o início das críticas e a fim de evitar dissidências, o presidente passou a se reunir com senadores do partido para garantir o apoio para propostas que estão no Congresso, como a reforma política.

“Eu não me sinto abandonado. Nós já propusemos coisas dificílimas no Congresso que teve aprovasse expressiva”, disse Temer lembrando as votações, obtidas na Câmara e no Senado, sobre o teto de gastos públicos. “Eu tenho tido apoio tanto da Câmara quanto do Senado Federal”.

Temer também relativizou sua popularidade. Segundo a última pesquisa Ibope, 10% dos brasileiros consideram seu governo ótimo ou bom. “Eu não tomo medidas populistas. Medidas populistas são aquelas irresponsáveis. Eu tomo medidas populares, medidas que demandam reconhecimento posterior. Temos que continuar fazendo as coisas que serão reconhecidas adiante”.

Julgamento da chapa

Na entrevista, Temer disse que deseja que a decisão do processo que julga a ação que pede a cassação da chapa que formou com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014 aconteça logo. “Eu estou deixando correr o processo no seu ritmo normal”, comentou.

O presidente também disse que, quando “há esse debate jurídico, fica sempre a impressão de que a gente quer evitar as eventuais delações”. “Eu não quero evitar delação nenhuma”.

Temer afirmou que não teria envolvimento com irregularidades. “Interessante que os dados todos até hoje são reveladores de que eu não tive participação em nenhuma, se me permite a expressão, nenhuma bandalheira”.

Para sustentar seu argumento, o presidente cita o MPE (Ministério Público Eleitoral), que pede a cassação da chapa, mas a inelegibilidade apenas de Dilma. “O meu desejo para a tranquilidade do governo é que isso se decida rapidamente, que aí você retira uma pauta negativa”.

Flexibilização

A respeito da reforma da Previdência, o presidente reafirmou que “o aposentado não terá prejuízo nenhum” e que as regras serão flexibilizadas.

“No sistema que estamos fazendo a aposentadoria seria maior do que a que hoje se verifica. Vamos tomar o caso de alguém que tenha 65 anos de idade e 35 de contribuição. Ele vai se aposentar com 86%”, disse Temer, observando um valo maior do que a média de hoje, que varia de 76% a 80%. “Ninguém recebe aposentadoria integral, pelo menos os que se aposentam de uns tempos para cá”.

Sobre a flexibilização, Temer aponta que ela atenderá “os reclamos da população”.

A respeito da terceirização, o presidente diz que não tem relação com ela. “Isso foi por conta do Congresso Nacional. E eu examinei, com muito cuidado, verifiquei que não causa prejuízo nenhum para os trabalhadores”.

'Eu não quero evitar nenhuma delação', diz Temer

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