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Delator disse que Padilha citou ajuda para Odebrecht vencer licitações no governo FHC

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, é alvo de inquéritos da Lava Jato no STF - Ueslei Marcelino - 7.jun.2016/Reuters
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, é alvo de inquéritos da Lava Jato no STF Imagem: Ueslei Marcelino - 7.jun.2016/Reuters

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

12/04/2017 17h53

Um dos delatores da empreiteira Odebrecht disse, em seu termo de colaboração premiada, que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), afirmou ter ajudado a empresa a vencer licitações durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1995 e 2003. A informação consta do pedido de abertura de inquérito feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e autorizado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin.

Padilha é alvo de dois inquéritos autorizados por Fachin. No inquérito nº 4.434, ele é investigado pelos indícios de ter pedido propina à Odebrecht referente às obras do Trensurb, uma linha férrea que liga Novo Hamburgo a São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre.

Segundo o delator Valter Luis Arruda Lana, ex-diretor de contrato da Petrobras no Rio Grande do Sul, Padilha lhe pediu propina entre o fim de 2008 e início de 2009. De acordo com Lana, os dois se encontraram no escritório de Padilha em Porto Alegre.

O pedido de abertura de inquérito feito pela PGR diz que, ao abordar Lana, Padilha disse ter ajudado a construtora durante sua passagem à frente do Ministério dos Transportes durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Na oportunidade, Eliseu Padilha afirmara que tinha ajudado a Odebrecht em 2001 a vencer licitação, visto que na época, era ministro de Transporte do governo Fernando Henrique Cardoso. Em razão disso, teria demandado algo em torno de 1% do valor do contrato.”

Segundo os procuradores, Padilha, apelidado de “Bicuíra”, recebeu R$ 1.490.909,00 entre julho e setembro de 2010.

Ainda de acordo com o delator, Padilha teria sido pago por meio de um doleiro conhecido como “Tonico” e de outra pessoa conhecida como “Libanês”.
Além de Padilha, o inquérito que apura pagamento de propina relativo às obras do Trensurb também investigarão o deputado federal Marco Maia (PT-RS), o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo e outras duas pessoas.

Outro lado

Ministro da Casa Civil Eliseu Padilha (PMDB-RS) Procurado pela reportagem desde o dia 11 de abril, o ministro preferiu não se manifestar por ora.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que "não tem nada a esconder" e defendeu a Operação Lava Jato.

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