Citado em delação, pastor Everaldo diz que querem calar a voz dos evangélicos
Candidato à Presidência da República em 2014, o pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, disse em vídeo postado em redes sociais nesta terça-feira (18) que não recebeu R$ 6 milhões “de nenhuma empresa”. Em depoimento, o ex-executivo da Odebrecht Fernando Cunha Reis afirmou que a quantia foi destinada ao então candidato.
De acordo com o delator, Everaldo foi apresentado a ele pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso em Curitiba.
O candidato representaria a ala evangélica na disputa pelo Planalto. Porém, após a morte do candidato do PSB, Eduardo Campos, a intenção de votos da comunidade evangélica migrou para Marina Silva, que substituiu o governador de Pernambuco na cabeça de chapa, segundo Reis. "Aí, ele [Pastor Everaldo] praticamente desapareceu nas pesquisas", disse o delator.
Como já havia pago R$ 6 milhões, a empreiteira orientou Everaldo a fazer perguntas que favorecessem o candidato tucano, Aécio Neves, nos debates.
No vídeo, Everaldo diz que as acusações atingem a comunidade evangélica. "O PSC faz campanhas modestas com recursos legais. Essa é uma tentativa de calar a voz dos evangélicos na política. E não conseguirão”, disse.
“Quem me acusou de receber R$ 6 milhões vai ter que apresentar alguma prova: um extrato bancário, um depósito. Tem uma lista com mais de 200 políticos que supostamente receberam dinheiro. Todos já foram identificados. Pergunto: ‘tem o meu nome?’ E respondo: ‘não’. E não vai ter”.
Segundo a prestação final de contas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a campanha do pastor disse que arrecadou R$ 1,4 milhão. O nome da Odebrecht não aparece como doadora da campanha.
Em nota, a assessoria de Aécio Neves disse que o tucano "participou de todos os debates, realizados ao vivo e testemunhados por milhões de brasileiros, respondendo a perguntas de todos os seus adversários na campanha". "Ele não tinha informações sobre doações feitas pela Odebrecht a outras campanhas."
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