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Ônibus com apoiadores de Lula é retido pela polícia a caminho de Curitiba

Integrantes do MST (Movimento dos Sem Terra) acampam em terreno ao lado da rodoviária de Curitiba para aguardar o depoimento de Lula na Justiça Federal - Taba Benedicto/Estadão Conteúdo
Integrantes do MST (Movimento dos Sem Terra) acampam em terreno ao lado da rodoviária de Curitiba para aguardar o depoimento de Lula na Justiça Federal Imagem: Taba Benedicto/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

10/05/2017 12h45

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) abordou, entre o fim da manhã de terça (9) e as 8h30 desta quarta-feira (10), 118 ônibus que transportavam manifestantes e apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Curitiba. Um deles foi retido porque, de acordo com o órgão rodoviário, foi considerado clandestino.

Na versão da PRF, além de não ter a autorização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o veículo apresentava uma "série de irregularidades", como tacógrafo vencido e ausência de sinalização de saídas de emergência. Os policiais, entretanto, não barraram as 38 pessoas que estavam dentro do coletivo. "Todos chegaram ao destino, inclusive os do único ônibus retido", informou o órgão, em nota.

As abordagens ocorreram nas rodovias BR-116, BR-277, BR-376 e BR-476, na região metropolitana de Curitiba. A maioria das inspeções ocorreu na BR-116 (Rodovia Régis Bittencourt), entre São Paulo e Curitiba, e na BR-277, entre Ponta Grossa (PR) e a capital paranaense.

O veículo retido foi escoltado pela PRF até a Estação Rodoferroviária de Curitiba. Na sequência, informou o órgão, após desembarque dos passageiros, o ônibus foi deslocado para o pátio da Unidade Operacional São Luiz do Purunã da PRF. Caberá à empresa contratada substituir o veículo para garantir o retorno dos passageiros.

A operação da Polícia Rodoviária Federal está em andamento e vai perdurar até pelo menos sexta-feira (12). O efetivo da PRF na região de Curitiba conta com reforços vindos do interior do Paraná e de Estados vizinhos.

Lula chega a Curitiba

Lula chegou a Curitiba por volta das 10h15 para depor ao juiz Sergio Moro em audiência da Operação Lava Jato. Ele viajou à capital paranaense em voo fretado e pouso no Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região metropolitana da cidade.

A ex-presidente Dilma Rousseff também já está em Curitiba, vinda de Porto Alegre. Antes da chegada de Lula, uma comitiva oriunda de Brasília com cerca de 50 pessoas, incluindo deputados e senadores do PT e de partidos que apoiam o ex-presidente, desembarcou no aeroporto por volta das 9h20.

A comitiva com Lula deixou o aeroporto às 10h50 escoltada por motos da Polícia Militar. Na saída da via de acesso ao aeroporto, um grupo de 30 pessoas protestava contra Lula.

Comitiva de deputados e senadores chega em Curitiba - Twitter/@jose_mentor - Twitter/@jose_mentor
Lula é recebido por comitiva de deputados e senadores ao chegar em Curitiba
Imagem: Twitter/@jose_mentor

Ruas interditadas

O interrogatório está marcado para 14h, na sede da Justiça Federal, no bairro do Ahú, na zona norte da cidade. A região foi bloqueada pelas forças de segurança por conta de possíveis manifestações.

As interdições começaram às 23h de terça-feira (9) –apenas moradores cadastrados, comerciantes e profissionais de imprensa estão autorizados a se aproximar do prédio da Justiça Federal.

Durante a semana, várias pessoas viajaram a Curitiba para participar de protestos, tanto favoráveis quanto contrários ao ex-presidente, que é investigado por denúncias de corrupção e outros crimes.

Para aumentar a ansiedade dos militantes, o depoimento não terá nenhum tipo de transmissão ao vivo –apesar de ser publicado, na íntegra, em vídeo, algumas horas depois. Portanto, é provável que só se saiba o que Lula disse a Moro algumas horas depois do final do depoimento.

A fim de evitar eventuais vazamentos, o magistrado proibiu até mesmo o uso de celulares no decorrer da audiência.

O ex-presidente será interrogado pelo processo em que foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) do Paraná de receber como parte do pagamento de propinas pela OAS –em troca de três contratos da empreiteira com a Petrobras –um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá, no ano de 2009. Lula nega a posse e mesmo qualquer pedido sobre o imóvel. O processo está na fase de instrução.