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Procurador preso foi à Câmara defender medida de combate à corrupção

O procurador da República Ângelo Goulart Villela é visto no interior de carro da PF na manhã desta quinta - Jorge William/Agência O Globo - Jorge William/Agência O Globo
O procurador da República Ângelo Goulart Villela é visto no interior de carro da PF
Imagem: Jorge William/Agência O Globo

Do UOL, em São Paulo

18/05/2017 15h30

Preso preventivamente nesta quinta-feira (18) por ter supostamente se “infiltrado” em uma investigação da Polícia Federal, o procurador da República Ângelo Goulart Villela foi à Câmara dos Deputados em junho de 2016 para defender a campanha “10 Medidas contra a Corrupção”.

Segundo o MPF-DF (Ministério Público Federal no Distrito Federal), Villela repassou informações da Operação Greenfield, que no ano passado investigou uma série de investimentos suspeitos feitos por fundos de investimento privados em conexão com fundos de pensão de servidores públicos, para o empresário Joesley Batista, do grupo JBS. Um dos casos envolve a Eldorado, um braço do grupo comandado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista.

O projeto das medidas contra a corrupção apresenta pontos como “investimento em prevenção à corrupção”, “aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores” e “prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado”.

Em seu discurso na Câmara, Villela afirmou ser fundamental realizar mudanças no sistema eleitoral para combater a corrupção. Ele também defendeu a responsabilização de partidos políticos e a criminalização do caixa 2, propostas pela medida de número 8 da campanha.

“Eu tenho certeza de que essas medidas simples vão contribuir sensivelmente não só para o aprimoramento do combate à corrupção, mas sobretudo no aprimoramento da nossa democracia representativa”, afirmou.

Na manhã de hoje, o procurador-geral da República Rodrigo Janot classificou a prisão preventiva de Villela como episódio que simboliza um “gosto amargo para a nossa Instituição”.

Janot ainda justificou que o pedido de prisão contra o procurador foi necessário “com o objetivo de interromper suas atividades ilícitas”. Villela também foi exonerado de sua função de assessor da Procuradoria-Geral Eleitoral junto ao TSE e sua atuação na força-tarefa do caso Greenfield foi revogada.