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"Temer perdeu a condição de presidir, acabou o governo", diz vice-presidente do PSDB

Alberto Goldman, ao lado de Aécio Neves - Joel Rodrigues 22.abr.2014/Folhapress
Alberto Goldman, ao lado de Aécio Neves Imagem: Joel Rodrigues 22.abr.2014/Folhapress

Guilherme Azevedo

Do UOL, em São Paulo

18/05/2017 12h24

Vice-presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman avaliou nesta quinta-feira (18) que não há mais condições de Michel Temer seguir na Presidência da República.

"Temer perdeu a condição de presidir, acabou o governo. Esse é o fato político", disse Goldman, que embarca de São Paulo para reunião com líderes do PSDB em Brasília nesta quinta-feira (18).

Temer foi gravado em março por Joesley Batista, um dos donos da J&F, dona da JBS. A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo" na quarta (17).

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Em nota divulgada na noite de quarta-feira (17), Temer confirmou o encontro com Batista no Palácio do Jaburu, residência do presidente, mas negou o aval para a compra do silêncio. "O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar", disse, na nota.

Sobre o futuro do senador Aécio Neves (MG) como presidente nacional do PSDB, Goldman disse que é preciso saber da posição do tucano primeiro: "Se ele renunciar, tem que haver convocação da executiva nacional [para a escolha do novo presidente do partido]", explicou. Essa convocação, no caso de renúncia, caberia ao próprio Goldman, por ser o mais velho entre os vice-presidentes do partido.

Aécio foi também alvo de gravação de Joesley Batista e flagrado pedindo R$ 2 milhões para custear sua defesa das acusações da Operação Lava Jato, conforme denúncia do jornal "O Globo". Nesta quinta, Aécio teve sua prisão pedida pela Procuradoria-Geral da República e foi proibido de exercer a função de senador pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Também nesta quinta, Andréa Neves, irmã do senador, e Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, foram presos pela Polícia Federal. Os escritórios do senador também foram alvo de ação de busca e apreensão de documentos.

Sobre o futuro da direção do partido, Alberto Goldman afirma que ainda há a hipótese de Aécio pedir seu afastamento da presidência do PSDB, o que daria ao senador tucano a prerrogativa de escolher seu substituto.