PF analisa áudio e pede acesso a equipamento para periciar gravação de Temer
Ao realizar uma análise técnica preliminar das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista, um dos executivos do grupo JBS que fechou acordo de delação premiada, a Polícia Federal solicitou neste domingo (21) à PGR (Procuradoria-Geral da República) o equipamento usado por ele para gravar uma conversa com o presidente Michel Temer (PMDB), que se tornou alvo de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) e passou a questionar a autenticidade da gravação.
Segundo o INC (Instituto Nacional de Criminalística), órgão da PF, "é fundamental" ter acesso ao aparelho para concluir os trabalhos periciais. A Polícia Federal informou ainda que não há prazo inicial estipulado para a apresentação do laudo, "especialmente diante da necessidade apontada de perícia também no equipamento".
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Na noite deste sábado (20), o ministro do STF Edson Fachin autorizou a realização, "no menor prazo possível", da análise na gravação, um dos pedidos apresentados horas antes pela defesa de Temer --com a concordância manifestada posteriormente do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Fachin também determinou que ambas as partes apresentassem perguntas sobre o áudio à PF, o que ocorreu neste domingo. A decisão do ministro se estendeu para as conversas gravadas por Joesley com o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial de Temer. Os dois também são alvos da investigação autorizada por ele.
Além da perícia, a defesa de Temer pediu que o STF suspendesse o inquérito até que os áudios fossem analisados. A petição, assinada pelo escritório do advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, questiona a validade de gravação. Fachin decidiu levar o pleito ao plenário da Corte na próxima quarta-feira (24).
Mariz anexou reportagem da "Folha de S.Paulo" em que o perito judicial Ricardo Caires dos Santos, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, aponta em laudo que a conversa entre Temer e Joesley sofreu mais de 50 edições.
Em pronunciamento na tarde deste sábado (20), Temer chamou a gravação de "fraudulenta e manipulada". Foi o segundo pronunciamento desde a divulgação das primeiras informações sobre a delação premiada de executivos da JBS. Segundo o presidente, a suspensão deve ocorrer "até que seja verificada em definitivo a autenticidade" do áudio de conversa entre ele e o empresário.
O áudio gravado pelo dono da JBS contém diálogo entre Temer e Batista no qual ambos falam sobre o deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado pela Operação Lava Jato, e sobre tentativas de obstrução das investigações por parte do empresário. O diálogo ocorreu dentro do Palácio do Jaburu, residência do presidente, fora da agenda oficial, a partir das 22h32, no dia 7 de março deste ano.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por sua vez, afirmou que, "embora certo de que o áudio não contém qualquer mácula que comprometa a essência do diálogo, [...] não se opõe a perícia no áudio que contém conversa entre Michel Temer e Joesley Batista no dia 7 de março de 2017, no Palácio do Jaburu”.
“A referida perícia, entretanto, pelas razões acima expostas, deve ser realizada sem qualquer suspensão do inquérito, visto que este se destina justamente à produção de elementos probatórios, razão pela qual requer a continuidade das investigações", escreveu.
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