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Janot pede agilidade do STF para definir prisão de Aécio e defende que irmã de senador siga presa

A PGR considera a prisão de Aécio Neves "urgente" - Andressa Anholete/AFP Photo
A PGR considera a prisão de Aécio Neves "urgente" Imagem: Andressa Anholete/AFP Photo

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

09/06/2017 19h06Atualizada em 09/06/2017 20h11

A PGR (Procuradoria-Geral da República) reforçou nesta sexta-feira (9) o pedido de prisão do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação em que pontua a necessidade de prender o senador e afirma que é preciso enviar os recursos ao plenário do tribunal com “máxima urgência”.

Ainda não há data marcada para o julgamento de pedido de prisão do senador feito pela PGR. O relator do caso, ministro Marco Aurélio, já afirmou que pretende levar a decisão para a Primeira Turma.

No documento, o procurador-geral destaca a abundância de provas concretas contra Aécio e a gravidade dos crimes, o que “torna a prisão preventiva imprescindível para a garantia da ordem pública”.

O senador, segundo Janot, tem adotado "constante e reiteradamente, estratégias de obstrução de investigações da Operação Lava Jato, seja por meio de alterações legislativas para anistiar ilícitos ou restringir apurações, seja mediante interferência indevida nos trabalhos da Polícia Federal, seja através da criação de obstáculos a acordos de colaboração premiada relacionados ao caso".

Além da possibilidade concreta de prática de novos delitos por parte dos requeridos, há o risco grave e concreto de que ações criminosas já iniciadas pelo senador Aécio Neves, para embaraçar as investigações em curso no âmbito do Supremo Tribunal Federal - relacionadas à organização criminosa da Operação Lava Jato, atinjam seu objetivo"

Rodrigo Janot, procurador-geral da República

Janot também se manifestou a favor da manutenção da prisão da irmã de Aécio, Andrea Neves da Cunha, e de Mendherson Souza Lima e Frederico Pacheco. 

A prisão de Aécio foi indeferida em maio pelo ministro Edson Fachin, do STF. À época, ele impôs medidas cautelares ao senador, como suspensão das funções parlamentares "ou de qualquer outra função pública", além de proibição de contatar outro investigado e de sair do país.

STF julga prisão de irmã de Aécio na terça

A Primeira Turma do STF deve analisar, na próxima terça-feira (13), se revoga ou não a prisão preventiva de Andrea.

A defesa da irmã do tucano requer a liberdade de sua cliente por entender que falta "referência, na denúncia, a fundamentos que autorizem a manutenção da custódia", salientando que ela está presa desde 18 de maio. Os defensores pedem medida cautelar alternativa. 

Andrea é acusada pela PGR pelo crime de corrupção passiva e foi denunciada por ter pedido R$ 2 milhões em nome de Aécio a Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, da holding J&F.

Ao UOL, o advogado do senador, Alberto Toron, disse que considera o pedido de Janot um “factoide". Segundo ele, os fatos apontados pelo procurador são “inverídicos” e não há nada que justifique a prisão preventiva. “O que o senador tinha para manifestar ele já fez por escrito quando da decisão do ministro Edson Fachin”, afirma.

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