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Réu preso não pode acusar sem prova, diz Renan após decisão favorável da PF

Do UOL, em São Paulo

22/07/2017 17h44

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) divulgou um vídeo neste sábado (22) para comentar a iniciativa da Polícia Federal de propor a retirada dos benefícios do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, delator na operação Lava Jato.

A Polícia também concluiu que Renan, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente Sarney (PMDB) não cometeram o crime de obstrução de Justiça, contrariando a acusação feita pela Procuradoria-Geral da República. O relatório é assinado pela delegada Graziela Machado da Costa e Silva.

“A decisão de Polícia Federal propondo a retirada dos benefícios do delator Sergio Machado mostra que réu preso, desesperado para reduzir pena ou anistiar dinheiro púbico desviado -- neste caso, quase R$ 1 bilhão nas contas dele e de seus três filhos –, não pode acusar sem prova, citando dados conhecidos da prestação de contas eleitorais”, diz Renan no vídeo.

“Além da violação da minha intimidade, da intimidade da minha família, ficamos expostos nas mídias e até pediram a minha prisão, exatamente quando eu presidia o Senado e o Congresso Nacional, com dano à democracia e ao poder”, prossegue o senador.

“Meses depois, tentou-se novamente, desta vez por liminar monocrática, afastar-me do comando do Legislativo. O primeiro foi recusado por Teori Zavascki (ministro do Supremo Tribunal Federal morto em acidente aéreo em janeiro deste ano); o segundo, pelo pleno do Supremo Tribunal Federal. Corrigir abuso contra a pessoa é fácil, mas [e] contra a democracia e a separação dos poderes?“, questiona o peemedebista no fim do vídeo. Sua defesa já havia classificado o inquérito como vazio neste sábado.

No acordo de delação, Machado se comprometeu a pagar R$ 75 milhões em multa e ficou livre de cumprir pena em regime fechado.

O ex-diretor da Transpetro gravou conversas que manteve com Renan, Jucá e Sarney no começo de 2016, antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e com a operação Lava Jato acossando políticos e empresários. Em uma delas, Jucá diz que “a solução mais fácil era botar o Michel [Temer]”, em um acordo nacional, “com o Supremo, com tudo”.