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Governo calcula ter 280 votos contra denúncia e quer votação na quarta

Temer e seus aliados mais próximos confiam que a denúncia será rejeitada no plenário - Renato Costa/Estadão Conteúdo
Temer e seus aliados mais próximos confiam que a denúncia será rejeitada no plenário Imagem: Renato Costa/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

26/07/2017 18h48Atualizada em 26/07/2017 19h12

A uma semana da data prevista para a votação da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), no plenário da Câmara, líderes do governo e da base aliada calculam que pelo menos 280 deputados deverão votar pela rejeição do prosseguimento do processo.

Na tarde desta quarta-feira (26), integrantes da chamada tropa de choque de Temer se reuniram com o presidente no Palácio do Planalto para atualizá-lo sobre a contabilidade do posicionamento dos parlamentares e definir as últimas ações antes da próxima quarta (2), para quando está prevista a análise da denúncia em plenário. A vontade do governo, afirmou o deputado federal Beto Mansur (PRB-SP), é que a votação seja liquidada assim que possível.

Para que a denúncia seja rejeitada, são necessários 172 votos favoráveis a Temer. Já para que ela seja encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), a oposição precisa alcançar 342 votos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já informou que só abrirá votação quando houver um quórum de 342 deputados com presença registrada em plenário.

“Fizemos uma análise daqueles votos indecisos, nós deixamos a listagem para ele, que está na atividade normal de presidente da República, mas de vez em quando está ligando para os parlamentares. Lógico que queremos uma presença grande no dia 2 de agosto. Queremos resolver essa questão em definitivo já no dia 2 de agosto”, disse Mansur.

Os líderes e vice-líderes do governo, além do próprio presidente, têm feito uma força-tarefa de telefonemas nos últimos dias para tentar convencer deputados indecisos ou que ainda não se pronunciaram abertamente sobre como irão votar. Com a iniciativa, calculam ter reduzido de 80 para cerca de 60 o número de deputados “em aberto”.

Entre os partidos que mais preocupam o governo, apurou o UOL, estão o Podemos e o PSDB, que sofre um racha interno quanto à permanência na base aliada. Da bancada de 15 deputados do Podemos, por exemplo, pela contabilidade do Planalto, sete estão indecisos, três estão contra o governo e, cinco, a favor. Quanto ao PSDB, a expectativa é que somente pouco mais da metade da bancada de 46 deputados vote por barrar a denúncia.

A reportagem apurou que os tucanos “rebeldes” têm sido alertados de que, se não votarem junto com o restante do partido, perderão cargos de afilhados no governo. “Por que o PSDB vai continuar com cargos do governo em órgãos e autarquias se não votarem como amigos? Por que não dar [esses cargos] para quem foi mais amigo? Eles estão sendo alertados de forma sutil, mas que entendam”, afirmou um aliado de Temer à reportagem.