Topo

Com votos de Gilmar e Lewandowski, STF manda soltar procurador investigado no caso JBS

O procurador da República Ângelo Goulart - Luís Macedo/Agência Câmara
O procurador da República Ângelo Goulart Imagem: Luís Macedo/Agência Câmara

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

01/08/2017 17h27

A 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta terça-feira (1ª) revogar a prisão do procurador da República Angelo Goulart Villela e do advogado Willer Tomaz, investigados a partir da delação premiada da JBS. A suspeita é a de que eles tenham atuado para vender informações sobre investigações em andamento contra as empresas do grupo JBS. 

A libertação dos dois investigados foi definida numa votação que terminou empatada na 2ª Turma, em dois votos a dois. Nesse caso, o empate beneficia o preso.

O ministro Edson Fachin, relator da delação da JBS e autor da ordem de prisão, votou para manter a prisão preventiva e foi acompanhado pelo ministro Celso de Mello.

Votaram a favor de revogar a prisão os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. O ministro Dias Toffoli não participou da sessão.

A acusação 

Segundo o Ministério Público Federal no Distrito Federal, o procurador Ângelo Goulart Villela havia sido infiltrado por Joesley Batista, da JBS, para obter informações da Operação Greenfield, que investiga fundos de investimentos privados em conexão com fundos de pensão de servidores públicos --um deles envolve a Eldorado, braço do grupo dos irmãos Batista.

Lotado na Procuradoria-Geral Eleitoral, Goulart foi deslocado como reforço para a força-tarefa em março. A partir da desconfiança de outros procuradores, que viam informações repetidas pelo acusado e pela defesa da JBS, ele passou a ser alvo de ação controlada autorizada pelo STF a pedido de Rodrigo Janot. Depois de ser seguido e filmado, o MPF disse que o procurador passava informações discutidas na força-tarefa da Greenfield por meio de áudios.

As investigações correram ao mesmo tempo em que era negociada a delação premiada dos irmãos Batista. Joesley afirmou, em depoimento gravado, que o procurador era orientado a obter informações.

A defesa de Villela nega as acusações contra ele.

"Ele nega ter recebido ou oferecido qualquer valor. Ele nega que tenha tentado obstruir a investigação", afirmou o Gustavo Righi Ivahy Badaró em entrevista ao UOL publicada no dia 6 de julho.