Após manobra da oposição, aliados de Temer conseguem novo quórum para votar denúncia
Após uma manobra da oposição conseguir encerrar a primeira sessão do dia sem a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), a base do governo conseguiu reunir, pela segunda vez, o número mínimo de deputados para dar início à votação.
Por volta das 15h15, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que haviam 343 deputados no plenário. Era preciso no mínimo 342 para começar o processo de votação.
A estratégia de deputados da oposição de alongar a sessão da manhã desta quarta-feira (2) na Câmara dos Deputados, por meio de discursos e votação de requerimentos, conseguiu atrasar a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB).
A manobra da oposição alongou a duração da sessão, iniciada às 9h, até as 14h sem que fosse iniciada a votação. Com isso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teve que abrir uma nova sessão, o que obrigou a recontagem do quórum. Por volta das 15h, os líderes partidários orientavam suas bancadas quanto ao requerimento de retirada de pauta da análise da denúncia contra Temer. Enquanto partidos governistas indicavam o voto não, os de oposição registraram obstrução.
Pela manhã, os partidos da base haviam conseguido o quórum necessário para votar a denúncia, com mais de 342 deputados registrando presença no plenário.
A segunda sessão do dia foi reaberta com 84 deputados registrando presença. Se a votação for iniciada, a sessão não pode mais ser interrompida.
A Câmara decide nesta quarta-feira sobre a autorização para que o STF (Supremo Tribunal Federal) possa analisar a denúncia por corrupção contra o presidente Michel Temer (PMDB) apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Se a Câmara der aval ao processo e o Supremo receber a denúncia, Temer se torna réu e fica afastado temporariamente do cargo. Se condenado, ele pode perder o mandato.
A sessão foi iniciada às 9h. O relator do parecer contrário à denúncia na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), e o advogado de Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, tiveram 25 minutos para se manifestar no plenário.
As suspeitas contra Temer
O presidente passou a ser investigado a partir das delações premiadas da JBS. O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo, gravou sem o conhecimento de Temer uma conversa com o presidente no palácio do Jaburu, em 7 de março.
No diálogo, Temer aparentemente indica Rocha Loures como seu homem de confiança com quem Joesley poderia tratar de interesses da JBS no governo.
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Posteriormente, Loures foi flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil de um executivo da JBS, com quem, segundo as investigações da Procuradoria, teria negociado propina que poderia chegar ao valor de R$ 38 milhões.
Para a Procuradoria, Rocha Loures atuou como um intermediário de Temer, tanto na negociação quanto no recebimento da propina.
O que diz o presidente
Temer tem negado as acusações contra ele. O presidente chegou a afirmar que a denúncia seria uma peça de “ficção”, baseada em “ilações” feitas pela Procuradoria.
A defesa de Temer contratou o perito Ricardo Molina, que elaborou um laudo afirmando que o áudio de Joesley Batista não poderia ser usado como prova, por conter uma série de interrupções que não permitem reconstituir o diálogo por inteiro, além de não ser possível garantir que a gravação não foi editada.
Perícia realizada pela Polícia Federal afirmou que o áudio não tem sinais de edição e que as interrupções são compatíveis com o sistema do gravador utilizado, que para e retoma a gravação ao detectar som no ambiente.
A defesa de Rocha Loures tem dito que o recebimento da mala de dinheiro “segundo afirmam, decorreu de armação de Joesley Batista”, afirmou o advogado Cezar Bitencourt, em nota.
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