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Lula faz encontros com militância paulista antes de partir em caravana pelo NE

04.ago.2017 - Ao lado da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (e), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de evento do partido em São Paulo - RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
04.ago.2017 - Ao lado da presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (e), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de evento do partido em São Paulo Imagem: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Venceslau Borlina Filho

Do UOL, em São Paulo

04/08/2017 22h12

O PT organizou uma série de encontros entre a militância do partido no Estado de São Paulo e o seu líder máximo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes de iniciar a caravana de 21 dias por Estados do Nordeste no próximo dia 17.

No primeiro dos encontros, realizado na noite desta sexta-feira (4) em Campo Limpo, na zona sul da capital paulista, Lula foi recebido em clima de campanha, com bandeiras e faixas do PT, jingles antigos do partido e o coro de "Olê, olá, Lula, Lula".

Os próximos encontros --ainda sem data definida-- deverão ocorrer em Guarulhos e Franco da Rocha. Neste final de semana, o ex-presidente deve se encontrar com metalúrgicos. "É pra botar gás no pessoal", afirmou o presidente paulista do PT, Luiz Marinho.

Com a condenação do ex-presidente a nove anos e meio de prisão pelo juiz Sergio Moro no mês passado, o PT iniciou uma estratégia de guerra para trazer seu líder de volta às ruas. O partido já se articula para a disputa eleitoral no ano que vem.

Em uma cartilha distribuída aos militantes em julho, a liderança faz orientações aos petistas de como devem agir e defender Lula. O principal foco é convencer as pessoas de que uma eleição sem a participação de Lula caracteriza golpe.

Encontro

Lula chegou ao encontro, realizado em um barracão, acompanhado da presidente nacional do partido, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), do ex-ministro Gilberto Carvalho e de deputados federais e estaduais, além de vereadores.

No discurso, ele lembrou a origem nordestina e pobre ao falar da força que diz ter para enfrentar os adversários, e disse que eles terão de enfrentar o povo para derrotá-lo. "Podem atacar o Lula, mas vocês terão à frente o povo brasileiro", disse.

Lula também acusou o atual presidente Michel Temer (PMDB) de gastar R$ 14 bilhões em recursos públicos com deputados para conseguir se livrar da investigação de corrupção no STF (Supremo Tribunal Federal). A votação ocorreu na quarta-feira (2).

O petista voltou a desafiar o sistema Judiciário a comprovar que pediu dinheiro em troca de vantagens enquanto estava no governo. Na condenação por Moro, no caso que ficou conhecido como o do tríplex do Guarujá (SP), Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao negociar um apartamento em troca de contratos da empreiteira OAS com a Petrobras.

O petista ainda é réu em outras duas ações do juiz de Curitiba, também acusado de corrupção nos casos da doação de um terreno pela Odebrecht e de obras em um sítio pagas por empresas. A defesa do ex-presidente nega todas as acusações.

Encontro

A senadora Gleisi afirmou em discurso que os adversários promovem uma "caçada" contra Lula, tentando desconstruir sua imagem perante o povo brasileiro. "Mas nós estamos aqui para te defender, Lula", afirmou ela.

Marinho atacou os adversários, em especial o PMDB e o PSDB. Disse que o governo atual desconstrói políticas implantadas pelo PT no país é que é chegada a hora de tirar o PSDB do governo paulista, "que se perpetua no poder há mais de 20 anos".

Enquanto Lula discursava, militantes estenderam uma bandeira gigante que ocupou meio barracão. Nela, havia uma pintura do rosto do ex-presidente. Nas faixas prevalecia a frase "Eleição sem Lula é fraude".

Rouco, o ex-presidente discursou por 17 minutos. Antes do evento, esteve em Parelheiros, também no extremo sul da cidade, e se encontrou com artistas da periferia paulistana. Antes de ir embora, tirou fotos com militantes e teve ajuda de populares para chegar no carro.