Topo

Aécio diz que PSDB cometeu "equívocos" e tenta "reconexão com a sociedade"

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

09/08/2017 12h02Atualizada em 09/08/2017 14h37

O senador Aécio Neves (MG), presidente afastado do PSDB, afirmou nesta quarta-feira (9) que o partido cometeu “equívocos” e que tenta agora uma “reconexão do PSDB com a sociedade”. Aécio fez a afirmação ao ser perguntado por jornalistas, na sede do partido em Brasília, sobre qual a intenção de veicular a propaganda partidária na TV com a mensagem “O PSDB errou”.

O vídeo intercala o elogio a programas do partido com atores que dizem frases como “o PSDB errou e tem que fazer uma autocrítica, não adianta pedir desculpas”. O vídeo termina convidando o telespectador a assistir a propaganda partidária que será veiculada no próximo dia 17.

Aécio disse não saber quais seriam os erros do PSDB mencionados na propaganda partidária, pois não participou da elaboração do vídeo.

“Na verdade, eu não participei dessa elaboração. Na verdade, acho que é uma tentativa de reconexão do PSDB com a sociedade. Vamos aguardar o programa, vamos discutir ainda os textos que estão sendo propostos para o programa. Mas acho que é uma tentativa de comunicação de mostrar que além dos acertos, que nós tivemos e não foram poucos, certamente alguns equívocos o PSDB cometeu”, afirmou.

A cúpula do PSDB se reuniu na manhã desta quarta-feira para discutir o calendário de eleições internas do partido para os diretórios municipais e estaduais, que deve culminar na escolha de um novo presidente para o partido, até o fim do ano. A reunião teve a presença de nomes como Aloysio Nunes, Bruno Araújo e senador José Serra (SP). Mesmo estando em Brasília para audiências com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Senado, Eunício Oliveira (PMDB- CE), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não compareceu à reunião.

Segundo Aécio, o PSDB também irá reformular seu programa partidário. "Para que nos apresentemos o mais rapidamente possível novamente como o partido mais apto a liderar um grande tempo de mudanças estruturais no país", disse.

Divergências superadas

Aécio Neves também afirmou, nesta quarta-feira, que a divergência interna do partido em relação ao apoio ao governo Michel Temer é uma questão superada.

"Essa questão está superada, não é a pauta do PSDB hoje. Cada parlamentar se manifestou na Câmara dos Deputados de forma absolutamente livre e de acordo com suas convicções. O que nos une hoje é o compromisso com as reformas. Existem divergências, mas são naturais. Nosso entendimento é que essa questão está superada", disse.

O senador tucano afirmou também que enquanto Temer julgar necessário contar com os quadros do PSDB nos ministérios, o Palácio do Planalto terá "liberdade" para isso. Ao defender essa posição, Aécio ainda elogiou o desempenho dos ministros Bruno Araújo (Cidades) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores).

O senador tucano foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por suspeita de ter cometido os crimes de corrupção e obstrução da Justiça. A investigação foi iniciada a partir da delação premiada da JBS. Aécio tem negado as acusações contra ele.

Foram as acusações da Procuradoria que levaram Aécio a se afastar da presidência do partido, cargo assumido interinamente pelo senador Tasso Jereissati (CE). Além de Aécio, outros líderes do partido são investigados em inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal), como o ministro Aloysio Nunes e o senador José Serra (SP), ambos citados na delação da Odebrecht. Nunes e Serra também têm negado a prática de qualquer irregularidade.

*Com informações do Estadão Conteúdo