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Lindbergh vira alvo de processo no Conselho de Ética após defender senadoras

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

10/08/2017 15h16Atualizada em 10/08/2017 18h13

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi denunciado e se tornou alvo, nesta quinta-feira (10), de processo disciplinar no Conselho de Ética do Senado por suposta quebra de decoro parlamentar.

O procedimento foi proposto pelo senador José Medeiros (PSD-MT) e admitido pelo presidente do conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), dois dias depois de Lindbergh, que é líder do PT na Casa, criticar Souza e bater boca com outros integrantes do colegiado ao defender seis senadoras da oposição que, no mês passado, ocuparam a mesa diretora da Casa durante a votação da reforma trabalhista.

A denúncia contra as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Regina Souza (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) e Ângela Portela (PDT-RR), também apresentada por José Medeiros, foi arquivada na terça (8) por 12 votos a 2.

Antes da votação, no entanto, os trabalhos no conselho chegaram a ser interrompidos depois que Lindbergh chamou a reunião de "ridícula". Para Lindbergh, é "incoerente" a decisão de punir o grupo de senadoras e de arquivar o caso contra Aécio Neves (PSDB-MG).

Presidente nacional do PT e uma das parlamentares defendidas por Lindbergh, Gleisi comentou a decisão de Souza no Twitter. "Comissão de Ética do Senado vai agora processar @LindbergFarias por defender senadoras que estavam processadas", escreveu. 

Ao UOL, o senador disse que o processo é "ridículo". "Depois do arquivamento do caso do Aécio, esse Conselho de Ética está desmoralizado. O Conselho de Ética precisa discutir o que é ética. No mais, esse senador Medeiros é apenas um oportunista sem voto querendo aparecer", afirmou Lindberg.

Pelo Twitter, Farias destacou que o autor da denúncia é o mesmo que denunciou as seis senadoras senadoras por "lutarem contra a reforma trabalhista". "Piada!", escreveu.                           

Em sua mensagem, o petista ainda chamou Medeiros de suplente, lembrando que o senador do Mato Grosso só está em exercício porque o titular da chapa, Pedro Taques (PSDB) se tornou governador do Estado em 2015.