Topo

PT errou ao aderir a campanhas eleitorais milionárias, diz Gleisi ao defender fundo

A senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann - Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
A senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann Imagem: Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

Venceslau Borlina Filho

Do UOL, em São Paulo

16/08/2017 21h50Atualizada em 16/08/2017 21h50

A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira (16) que o partido errou ao aderir a "campanhas políticas milionárias". A declaração foi dada ao defender a criação de um fundo público para campanhas com valor menor ao inicialmente proposto, de R$ 3,6 bilhões. 

“Nós temos que ter um valor menor para as campanhas, parar com aquelas campanhas que são uma superprodução, programas de TV caro. Nós já fizemos no PT, é um erro. Nós entramos nesse jogo para fazer a disputa eleitoral achando que tinha que entrar, porque senão nós íamos perder, ao invés de nos propormos a mudar”, disse.

A Câmara dos Deputados discute nesta quarta a proposta de reforma política. Porém, as alterações são alvo de polêmica e até mesmo o indicador para o financiamento público já foi retirado do projeto.

Em 2014, a campanha do partido para a reeleição da então presidente Dilma Roussef custou R$ 350 milhões e se tornou a mais cara campanha eleitoral do país desde a redemocratização.

A senadora afirmou que o PT defende “desde sempre” o financiamento público de campanha por garantir mais transparência. Segundo ela, o financiamento privado é prejudicial e uma das consequências pode ser vista nos casos de corrupção levantados na Lava Jato.

“A gente defende [o financiamento público de campanha] porque fica clarinho no orçamento quanto custa a campanha eleitoral. Do jeito que é hoje, com o financiamento privado das empresas, as empresas doam mais para uns do que para outros, e depois ficam cobrando, e a gente acaba vendo o que está acontecendo aqui. Hoje grande parte desse processo da Lava Jato tem a ver com doações de campanhas eleitorais”, afirmou Gleisi.

A presidente do PT rejeitou a proposta de criação do chamado “distritão”, que elegeria os candidatos mais votados. Para ela, essa fórmula beneficiaria apenas os candidatos mais ricos e mais conhecidos. “Ou é voto proporcional ou lista partidária”, afirmou a petista.

Caravana

Nesta quinta-feira (17), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia uma caravana por Estados do Nordeste para verificar o andamento de programas, ações e obras realizadas durante os governos petistas, de 2002 a 2015.

Gleisi defendeu o barateamento das campanhas políticas e o uso de redes sociais, além de conversas com o eleitorado. Citou como exemplo a iniciativa de Lula, mas negou que a medida seja antecipação da campanha eleitoral de 2018.

A senadora afirmou que participará aos finais de semana da caravana, uma vez que durante a semana dá expediente no Congresso Nacional. A participação da ex-presidente Dilma Rousseff na caravana ainda não está confirmada.