Haddad nega ser 'plano B' do PT ao afastar hipótese de impedimento de Lula em 2018
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quinta-feira (17) que o partido não "trabalha com a hipótese" de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser impedido de se candidatar à Presidência da República em 2018. Assim, disse Haddad, não há motivo para tratá-lo como "plano B" da sigla.
“É que nós não trabalhamos com essa hipótese [do Lula não ser candidato]. Por que? Nós consideramos que a sentença é frágil o suficiente para ser revertida pelo Tribunal [em segunda instância]. Trabalhar com essa hipótese seria até uma deselegância com uma pessoa que dedicou sua vida ao país e, depois de oito anos à frente do governo, saiu com um índice recorde de aprovação”, disse.
O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, condenou, Lula a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado. O processo se refere ao apartamento tríplex no Guarujá (SP). Lula recorre em liberdade.
Em entrevista no dia 20 de julho ao canal "ultrajano", no YouTube, o ex-presidente considerou que o nome de Haddad é uma das possibilidades do PT para disputar a Presidência da República em 2018 caso ele não possa participar do pleito. "O Haddad pode ser uma personalidade importante se ele se dispuser a percorrer o Brasil. Já falei para o Haddad: você tem que botar o pé na estrada, falar da educação, falar do que você fez na educação", disse Lula ao se referir ao político que foi ministro da Educação durante seu governo.
Haddad participou de audiência da Comissão de Desenvolvimento Urbano na Câmara dos Deputados. Ele contou sua experiência na área de transporte enquanto à frente da cidade de São Paulo e debateu temas como ciclovias e a regulamentação de aplicativos.
Elogios a Ciro Gomes
Segundo Haddad, o Brasil enfrenta uma crise político-econômica e a população encontrará em Lula uma pessoa “altamente qualificada”. Ao ser questionado se, com um eventual impedimento de Lula, ele estaria preparado para ser o candidato à vice-presidência junto ao ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), Haddad desconversou, mas elogiou o postulante. Em entrevista ao El País, Ciro Gomes já declarou que ter Haddad como vice na chapa seria o “dream team” (time dos sonhos, na tradução do inglês.
“Mas é que a candidatura do Ciro nesse caso para me ter de vice teríamos de considerar a hipótese de o presidente Lula não ser candidato, o que eu acho que não vai acontecer. Acho que o Ciro tem toda legitimidade de ser candidato. [...] É um quadro preparado para qualquer função e é um quadro do qual o Brasil não pode prescindir em qualquer circunstância”, falou.
Em fala após a participação na comissão, Haddad foi questionado ainda sobre as críticas feitas ao atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre suposta grande quantidade de viagens. O petista preferiu não comentar a atuação de Doria, pois também teve a agenda criticada enquanto prefeito. “Não quero que façam com os outros o que não gostei que fizeram comigo”, argumentou, ao acrescentar que “é do jogo” e “natural” questionar ausências.
Sobre uma suposta pré-campanha pelo país, Haddad voltou a dizer que o tempo demonstraria que Doria é “muito mais político do que se imaginava”. Para ele, não é “pecado” ser político, mas, na avaliação dele, Doria não pode ser um “político antigo”.
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